terça-feira, 8 de junho de 2010

Plano de austeridade: Juncker diz que Portugal terá de tomar novas medidas

Os 16 ministros do Eurogrupo assinaram o compromisso para criação do Fundo de Estabilização Financeira... EU GOSTO É DOS SORRISOS DESTES FDP
in RTP Online (por Raquel Ramalho Lopes, actualizado às 22:24 - 07 Junho '10)

O presidente do Eurogrupo, que reúne os 16 países que usam a moeda única, avisou que Portugal e Espanha vão ter de tomar medidas adicionais para continuar a fazer baixar o défice depois do próximo ano. Jean-Claude Juncker referiu que os pacotes de austeridade anunciados por Portugal e Espanha vão no bom sentido e nota que a avaliação final da Comissão Europeia será conhecida em Julho.

Juncker diz que Portugal terá de tomar novas medidas

"Levámos agora a cabo uma avaliação preliminar das medidas de consolidação adicionais tomadas pela Espanha e por Portugal. As medidas anunciadas são significativas e corajosas e contribuem sem dúvida para estabilizar esses níveis. É também claro, por outro lado, que será necessário uma ulterior consolidação, para além de 2011, em conjunto com mais reformas estruturais", afirmou o presidente do grupo dos países que têm o euro como moeda.

"Há um grande empenho dos dois países envolvidos para tomarem medidas nesse sentido. Os países também estão a trabalhar em medidas adicionais, se necessário, para atingirem os objectivos para 2011. Voltaremos às situações espanhola e portuguesa em Julho, após a avaliação final emitida pela Comissão Europeia", acrescentou o primeiro-ministro do Luxemburgo.

A Comissão Europeia poderá, então, confirmar esta análise quando efectuar o exame profundo das medidas e do seu impacto.

Fundo de Estabilização Financeira

Juncker fez estas declarações no final de uma reunião onde os ministros das Finanças dos países da Zona Euro e o director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) finalizaram e assinaram o compromisso de criação do Fundo de Estabilização Financeira.

O fundo, no valor de 750 mil milhões de euros, visa salvar qualquer Estado membro da Zona Euro em dificuldades. Outro dos seus objectivos é estabilizar os mercados financeiros e impedir a contínua descida do euro face ao dólar.

O montante estará disponível para empréstimo aos 16 membros da Zona Euro para que se consigam financiar. Este mega-fundo poderá sossegar os investidores quando às dívidas espanhola e portuguesa.

Uma parte do fundo, no valor de 440 mil milhões de euros, estará disponível a partir do final do mês e será disponibilizada pelos 16.

A Alemanha é o país que mais vai contribuir para este fundo. O Governo de Angela Merkel tem instado os restantes Executivos a fazerem profundos cortes.

Ainda esta segunda-feira, a Alemanha anunciou um programa de austeridade que abrange a supressão de 15 mil postos de trabalho no sector público, a criação de novos impostos e adiamentos nas obras públicas. A intenção é reduzir o défice público em 80 mil milhões de euros até 2014, um valor equivalente ao Orçamento do Estado português. Os mercados "querem ver não só acções mas factos", dizia, esta tarde, o ministro alemão das Finanças.

Outros 60 mil milhões, serão geridos pela Comissão Europeia, e estão destinados a "cobrir ajudas financeiras urgentes quando for necessário". Os restantes 250 mil milhões serão da responsabilidade do FMI.

Comissão Europeia quer maior esforço de Portugal

Segundo declarações recolhidas pela Antena 1, o comissário europeu dos Assuntos Económicos defende ser preciso mexer nas questões estruturais para melhorar a competitividade e a situação orçamental. Na perspectiva de Olli Rehn, Portugal e Espanha devem intensificar os esforços de reforma.

Também o FMI reforçou o alerta aos países que estão em dificuldades na Zona Euro: adiar ou deixar a meio do caminho os cortes orçamentais vai provocar novas quebras de confiança.

Num relatório sobre a saúde da economia da moeda única, o FMI refere que as hesitações na redução dos défices públicos terão como resultado uma nova onda de desconfiança, o aumento do risco de financiamento e o pagamento de taxas de juro ainda mais elevadas. Neste cenário, as cotações do euro continuarão a cair eterão uma perda acentuada, prevê o FMI.

Os países em dificuldades - como a Grécia, Portugal, Espanha ou a Irlanda - "não têm alternativa" senão fazerem um esforço de ajustamento". O FMI aconselha os Governos a preparem planos de contingência para o caso das medidas já previstas não terem o impacto pretendido na redução dos défices públicos.

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