terça-feira, 29 de dezembro de 2009

ECONOMIA: Clientes do BPP mantêm-se nas instalações da sede, no Porto


in TSF (29 DEZ 2009, 07:18)

Doze clientes do Banco Privado Português (BPP) mantêm-se nas instalações da sede da instituição, no Porto, decididos a prosseguir «até poderem» o seu protesto e reclamando uma solução que lhes permita acederem às poupanças que têm no banco. Do fim da tarde e da madrugada, sobram queixas sobre o comportamento da Polícia de Segurança Pública.

Um dos clientes do BPP, Júlio Fonseca, assegura que a PSP tem sido «dura» face aos protestos nas instalações do banco. O cliente Fernando Carneiro garante ter sido agredido por um agente da PSP com gás mostarda.

Doze clientes do BPP permanecem, esta terça-feira, na sede do banco do Poro. O grupo era de dezasseis pessoas no início da manhã desta tareça-feira e mantém-se dentro das instalações desde a tarde de ontem, altura em que dezenas de pessoas invadiram as instalações para reivindicar o acesso às suas poupanças no banco.

Ao fim da tarde de protesto, a maior parte dos clientes saiu para se abastecer de alimentos mas, no regresso, a polícia já não os deixou regressar. De acordo com um dos clientes do BPP, Júlio Fonseca, a Polícia de Segurança Pública (PSP) foi «dura» nesse momento, garantindo mesmo ter sido atacado com gás mostarda.

«Nós estávamos no banco e resolvemos ir tomar um café. Depois do café voltámos ao banco e a entrada foi-nos vedada pela polícia. De facto, fizemos um pouco de força para entrar e foi quando fomos agredidos com gás mostarda. Foi uma coisa completamente desproporcionada em relação à nossa acção», critica o cliente.

As queixas sobre o comportamento da PSP face ao protesto acumulam-se. Um outro cliente do BPP, Fernando Carneiro, garante ter sido expulso pela polícia da instituição bancária enquanto recebia mantimentos que havia solicitado com autorização dos agentes.

«Fui agredido cerca da uma e meia da manhã quando pedi ao comissário Tiago Gonçalves que me deixasse entregar alimentos de fora porque havia pessoas com bastante idade. Ele disse-me que sim e quando eu me aproximei do portão que estava semi-aberto para receber os alimentos, empurrou-me brutalmente expulsando-me do banco», relata Fernando Carneiro.

O cliente do BPP assegurou ter ficado «com um dedo ferido», pelo que pretende «apresentar queixa do agente» responsável pela alegada agressão.

Entretanto, a PSP avançou à Agência Lusa a informação de que os clientes que se encontram na sede do BPP têm acesso a bens essenciais como medicamentos e alimentos básicos, o que contraria o que tem vindo a ser dito pelos clientes que ainda estão dentro do banco.

Os manifestantes iniciaram na segunda-feira um protesto no interior da sede do banco no Porto, onde pretendiam manter-se indefinidamente, prometendo não desmobilizar até à apresentação de uma solução definitiva para as suas poupanças.

De acordo com o BPP, citado pela Agência Lusa, o «pequeno grupo» acedeu às instalações «a pretexto de uma reunião que estava marcada entre um desses clientes e uma gestora do banco» e terá agido «à revelia das associações de clientes constituídas».

Terão recebido ordem de evacuação cerca das onze horas, depois de «proferirem várias ameaças aos colaboradores do banco» e, já a meio da tarde, alguns «forçaram o portão de entrada nas instalações, impedindo dessa forma qualquer tipo de controlo sobre entradas e saídas».

Depois de ter tentado, «sem sucesso, estabelecer pontes de diálogo» com o grupo, a administração «solicitou às autoridades policiais que interviessem no sentido de repor a legalidade, promovendo a retirada das pessoas que ocupavam a instituição».

Os clientes do BPP já se manifestaram no interior da sede do BPP por várias vezes. No mês passado, aí se concentraram para assinalarem os 12 meses que passaram desde que o Banco de Portugal negou o pedido de financiamento de João Rendeiro.

Foi a 24 de Novembro de 2008 que Vítor Constâncio anunciou que o Banco de Portugal deu parecer negativo ao pedido de garantias estatais para um financiamento de 750 milhões de euros ao BPP, solicitado por João Rendeiro, levando à intervenção das autoridades no banco, que actualmente ainda se mantém.

TEMPORAL: Clientes sem luz não vão ser indemnizados










EDP não se responsabiliza pelos danos causados aos 350 mil clientes que ficaram às escuras neste Natal por se tratar de situação excepcional.

in DN (por Amadeu Araújo e Filipa Ambrósio de Sousa) 29 DEZ 2009

Os 350 mil portugueses que passaram estes dias de Natal sem luz não vão receber qualquer indemnização pelos danos causados. Quem o assume é a própria empresa EDP, que ontem explicou que a lei não obriga a ressarcir os danos quando são causados por situações excepcionais. Neste caso, a situação excepcional foi "o forte temporal que assolou a região Oeste com ventos na ordem de 220 km/hora".

A empresa admite, porém, que poderá assumir os custos dos prejuízos dos clientes, ainda não calculados, associados a falhas ocorridas na reparação de avarias."Não há redes no mundo que possam suportar os ventos desta intensidade", explicou Ângelo Sarmento, administrador da EDP distribuição, acrescentando:. "Mas ainda não estão sequer estimados os custos dos danos causados aos clientes" da região oeste do País.

Ontem às 19h00, a empresa ainda estava a regularizar a situação de 280 clientes que não tinham energia nas suas casas.

Perante este cenário, nem as associações de consumidores conseguem proteger os interesses dos utentes. Segundo a jurista da Associação para a Defesa do Consumidor (DECO) a EDP "pode alegar motivo de força maior para recusar o pagamento de indemnizações. Carolina Gouveia lembrou, no entanto, "o dever de compensar por quem teve falhas na prestação de serviço" e sugeriu que "fosse feito através de acertos na facturação mensal".

Também a Associação dos Consumidores de Portugal (ACOP) concorda que "nos contratos com a EDP está prevista a interrupção do fornecimento por motivo fortuito ou de força maior, pelo que dificilmente os clientes serão ressarcidos".

Ainda assim as associações aconselham os clientes a "inventariar os prejuízos e reclamar junto da EDP". Mas para a Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil) houve incúria da parte da EDP., tendo em conta que a resposta "foi lenta e demorada". Critica da qual a Protecção Civil, em comunicado, fez ontem questão de se demarcar.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Manoel de Oliveira comemora hoje 101 anos de vida


101 anos? “Não me apetece nada falar sobre isso”
in i online (por Ana Caridade, Publicado em 11 de Dezembro de 2009. Exclusivo i / Grande Porto)

Sobe os degraus das escadas dois a dois e diz, com um ar sério, que é para poupar o joelho. A fragilidade na rótula é a única maleita física que se lhe conhece, e mesmo esta, não apareceu com a idade.

Manoel de Oliveira comemora hoje 101 anos, e conta com a jovialidade que todos lhe conhecem, que o episodio que lhe molestou a rótula aconteceu quando, aos 12 anos, teve um acidente com o irmão no ringue de patinagem das Termas de Pedras Salgadas. “Estive oito dias na cama com a minha mãe a pôr-me toalhas de água quente no joelho. Há dias em que estou melhor, outros em que estou pior”. Ontem era um dos bons. O realizador estava na Casa da Memória de Vila do Conde, onde amanhã inaugura a exposição “Manoel de Oliveira/José Régio – Releituras e Fantasmas”.
A mostra, organizada pelo Museu de Serralves, divide-se por várias salas e a visita guiada conta com o molhar a tento do realizador. Vêem-se projecções de filmes directamente influenciados por José Régio, ou porque foram feitos a partir de livros seus, ou porque tiveram como base textos que Régio deu a conhecer ao amigo Oliveira. António Preto, comissário da exposição e estudioso da obra do mestre, diz que a amizade intelectual entre o escritor e o cineasta é “uma das mais bonitas do século XX”, uma afirmação que pôs Manoel de Oliveira a pensar naqueles tempos em Vila do Conde, onde o grupo se estendia para além de Régio e Oliveira. “Os amigos foram desaparecendo. Com muita tristeza e muita melancolia vi-os partir. Eram pessoas a quem devo muito do que sou hoje”. Sentimentos que percorrem quem vive há mais de um século, mas que no caso de Manoel de Oliveira, não sobressaem.
A cada projecção de um filme seu detém-se como quem o vê pela primeira vez. António Preto explica a razão da escolha. Ele não ouve. Só olha. Mas não com o olhar contemplativo do criador orgulhoso. Antes com visão crítica, quase pronta a criticar. João Fernandes, director do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, tenta espicaçar-lhe o humor e, em jeito de provocação, diz-lhe que uma cena do “Mon Cas” parece a de um filme mudo, a acrescenta, já a rir: “A verdade é que o Manoel já fazia cinema na altura dos filmes mudos”. A resposta veio pronta. “O cinema nasceu como um sonho; sem som e sem cor”. E todos se calaram.
Disse que não lhe apetecia falar do aniversário, mas admitiu que a exposição que inaugura amanhã, “é um belo presente”. Agradeceu a quem tinha que agradecer, deu um autógrafo, cumprimentou todos… Pôs o chapéu, pegou na bengala, e foi almoçar.

Hoje e amanhã

Para além da exposição de Vila do Conde, que inaugura às 16h00 de amanhã, Serralves tem outras actividades preparadas para hoje, dia em que se comemora o 101º aniversário de Manoel de Oliveira. No Auditório de Serralves irão decorrer duas sessões do filme Aniki-Bobó, às 11h00 e às 14h00. Esperam-se cerca de 400 alunos de escolas do Porto. Na sessão da tarde, e por iniciativa das escolas, os alunos vão estar vestidos como os protagonistas do filme (“Carlitos” e Teresinha”) e vão cantar a lengalenga “Aniki-bébé / Aniki-bóbó / Passarinho Tótó / Berimbau, Cavaquinho / Salomão, Sacristão / Tu és Polícia, Tu és ladrão", uma fórmula que, nas brincadeiras de crianças do filme, serve para determinar quem faz de polícia e quem faz de ladrão.

Mediterrâneo levou dois anos para encher


in DN (11.12.2009 por Bruno Abreu) Afinal não foram precisos 10 mil anos para o Mediterrâneo encher. Uma equipa de cientistas espanhóis fez um estudo e concluiu que um período de entre uns meses e dois anos foi o necessário, isto devido à força da água do Atlântico, que caiu de uma altura de um quilómetro e meio. O Mediterrâneo esteve quase a secar há cerca de seis milhões de anos.

Afinal a previsão dos cientistas estava errada: não foram precisos de dez a 10 mil anos para encher o mar Mediterrâneo, mas apenas uns meses ou no máximo dois anos. Esta é uma das principais conclusões de um estudo do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) de Espanha, que foi ontem publicado na revista científica Nature.

A descoberta deu--se quando os investigadores analisaram uma cratera de 200 quilómetros de comprimento perto do Estreito de Gilbraltar. Ao estudar dados sísmicos, para perceber de que forma a erosão tinha sido feita, acabaram por conseguir estimar o tempo que demorou a encher aquele mar.

Os cientistas detectaram ainda que a descarga de água que preencheu o espaço vazio chegou a ser mil vezes superior ao actual rio Amazonas, dizem os cientistas.
O mar Mediterrâneo esteve quase a secar há seis milhões de anos, ao ficar isolado dos oceanos durante 350 mil anos, devido ao actual levantamento tectónico do Estreito de Gibraltar. As águas do oceano Atlântico tiveram, então, de encontrar um novo caminho através do Estreito. Quando o descobriram encheram o Mediterrâneo com a maior e mais brusca inundação que a Terra jamais conheceu, segundo contam os investigadores espanhóis.

A enorme descarga de água aconteceu quando o istmo que liga a África à Europa se abateu. O desnível de ambos os mares, com um quilómetro e meio, fez encher o Mediterrâneo ao ritmo de até dez metros diários de subida do nível do mar. A inundação que ligou o Atlântico ao Mediterrâneo provocou no fundo marinho uma erosão de cerca de 200 quilómetros de comprimento e vários quilómetros de largura, segundo indica o estudo.

Foi neste período de até dois anos que o mar se encheu com 90 por cento da água que tem actualmente. O investigador do CSIC, Daniel García-Castellanos, que trabalha no Instituto de Ciências da Terra Jaume Almera, em Barcelona, disse que "a inundação que pôs fim à dessecação [processo de secagem extrema] do Mediterrâneo foi extremamente curta e mais do que assemelhar-se a uma enorme cascata, deve ter consistido numa descida mais ou menos gradual desde o Atlântico até ao centro do mar de Alborán".

Segundo o investigador, tratou--se de um "megarrápido" por onde a água circulou a centenas de quilómetros por hora.

Os cientistas desenvolveram um modelo que explica como os lagos montanhosos "deixam rapidamente de existir", quando a erosão produz rios que permitem que essa água seja drenada.

Geólogos estavam errados

Quando há uns anos os engenheiros pretendiam construir um túnel que unisse a Europa à África, tiveram de fazer estudos sobre o subsolo do Estreito de Gibraltar. Foi então que se depararam com um rego de várias centenas de metros de profundidade, que tinha sido enchido por sedimentos pouco consolidados. Os geólogos e geofísicos nos anos 90 pensaram erradamente que esta enorme erosão tinha sido causada por algum rio de grande caudal durante a dessecação do Mediterrâneo.

"Esperamos que o artigo contribua, em certa medida, para planear as obras do túnel para unir a Europa a África", declarou García-Castellanos.

Neste sentido, o investigador explicou que o trabalho se baseia em boa parte nos estudos preliminares deste projecto, "muito condicionado pela presença desse canal erosivo" que é relacionado com a inundação".

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

António Sérgio: Ministra da Cultura lamenta perda de “figura ímpar da rádio e da música”


in Público (02.11.2009 - 16:37 Por Lusa) A ministra e o secretário de Estado da Cultura manifestam, em nota hoje divulgada, “a maior consternação” pela morte de António Sérgio, “figura ímpar da rádio e da música”.

Na nota de pesar, feita “em nome do Governo e em seu nome pessoal”, Gabriela Canavilhas e Elísio Summavielle afirmam que o radialista deixou “um notável exemplo de dedicação e profissionalismo”.

Os dois membros do governo sublinham que o percurso de Sérgio “na produção, edição e, fundamentalmente, na divulgação da música contribuiu de forma indelével para a formação de públicos e para a descoberta de novos autores e intérpretes”

O funeral do radialista decorre neste momento no cemitério dos Prazeres, depois da missa de corpo presente na Basílica da Estrela.

António Sérgio faleceu na noite de sábado, vítima de um problema cardíaco, aos 59 anos.

Fazia actualmente o programa “Viriato 25” da rádio Radar, tendo inclusivamente estado em estúdio a gravar o programa da próxima semana, que será posto no ar tal como previsto, garantiu Luís Montez, dono da estação.

António Sérgio estreou-se na Rádio Renascença e tornou-se famoso com programas como “Som da Frente”, “Lança-Chamas” ou “A Hora do Lobo”.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Vírus da gripe A dá sinais de resistência


in Correio da Manhã, 21 Setembro 2009 - 13h20 - Cristina Serra)

Alerta da Organização Mundial da Saúde - O vírus da gripe A (H1N1) ainda não sofreu, desde Abril, uma mutação para uma estirpe ainda mais mortífera mas já há alguns sinais que está a desenvolver resistência à vacina, alertou a directora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan.

As autoridades mundiais da saúde afirmam que estão a monitorizar de perto se o vírus está a modificar para uma forma mais virulenta e mortal. “Por enquanto, ainda não vimos essa situação”, declara Margaret Chan.

Segundo aquela responsável, os países não podem abrandar a vigilância ao vírus porque uma “mutação pode ocorrer a qualquer momento”.

A vacina contra a gripe A está a ser desenvolvida, em todo o mundo, por cerca de 25 laboratórios farmacêuticos que, gradualmente, deverão fazer sair as suas produções.

Segundo a OMS, o vírus da gripe A (H1N1) já matou 3486 pessoas em todo o mundo até ao dia 13 de Agosto. A América do Sul e do Norte são as regiões do globo com maior número de mortes.

domingo, 9 de agosto de 2009

Raul Solnado, a vida não se perdeu*


(RIP) Um dos mais célebres representantes da velha geração de humoristas portugueses

in Público (08.08.2009 - 17h54 Alexandra Prado Coelho; Notícia actualizada às 18h40)

Raul Solnado, que morreu esta manhã, deixou gravado um último trabalho para a televisão: "As Divinas Comédias", uma série de quatro programas produzida pelas Produções Fictícias e pela Até ao Fim do Mundo, para a RTP 1, apresentada por Bruno Nogueira e Raul Solnado – a mais jovem e a mais antiga gerações do humor em Portugal. O primeiro irá já hoje para o ar, logo a seguir ao Telejornal.

Seria uma história do humor em Portugal contada por um dos seus principais protagonistas. Nascido em Lisboa em 1929, Solnado começou a carreira como actor no teatro amador, na Sociedade Guilherme Cossul, em 1947. Numa entrevista a Duarte Mexia, na "Pública", em 2002, conta como tentou ainda trabalhar na loja de móveis do pai, em frente à penitenciária – "não sabia o que queria ser na vida, sabia que queria ser actor, mas era uma coisa muito vaga". Mas já nessa altura aproveitava todas as oportunidades para ir ver os espectáculos dos seus ídolos, Vasco Santana, João Villaret, António Silva, Laura Alves.

Quando começou a fazer teatro amador todas as dúvidas desapareceram, e acabou por comunicar ao pai: "olhe pai, vou para o teatro". Foi. Em 53 estreou-se na revista com "Viva o Luxo", no Monumental. E no final da década no cinema com os filmes "Sangue Toureiro" e "O Tarzan do Quinto Esquerdo".

Conta, na mesma entrevista, que no princípio do seu trabalho na revista dizia "pouco mais do que meia dúzia de frases", e que foi o actor António Silva, que "era muitíssimo tímido", que lhe começou a achar piada e a puxar por ele. Mas o grande sucesso surgiu em 1961, com as rábulas e, sobretudo, com "A Guerra de 1908", um texto espanhol adaptado para português por Solnado. A história de um soldado que vai "bater à porta da guerra", editado em disco em 1962, torna-se um "best-seller".

Foi, recordava Solnado, "um grande salto, ‘o pulo do gato’", e, subitamente, uma popularidade "asfixiante" – tão asfixiante que o humorista teve que ir para o Brasil para poder respirar. "Eu ligava o rádio e lá estava eu a contar histórias. As pessoas convidavam-me para jantar e lá estava o disco, para eu ouvir. Sentia-me perseguido por mim mesmo".

O sucesso não se devia apenas ao facto de ser um texto “fabuloso”. Portugal estava em plena guerra colonial e, mesmo falando sobre outra guerra, "o texto foi como um grito", e Solnado achava estranho que a censura na época o tivesse deixado passar. "Os militares nos combates que tinham diziam as minhas frases, era como uma libertação". Havia nesta história de uma guerra que fechava à hora marcada um lado de "nonsense" "que em Portugal nunca se tinha ouvido". A popularidade foi tal que Solnado brincava dizendo que era “uma vítima da guerra".

O ano de 62 continuou a correr bem. Venceu o Prémio de Imprensa para melhor actor de cinema. Em 63 o sucesso continuou com o espectáculo Vamos contar Mentiras, com Florbela Queirós e Armando Cortês. O público era exigente. Mais do que exigente: "Quando a peça acabava exigiam que eu contasse mais histórias. [...] Um dia não contei, estava cansado ou doente, já não sei, e apedrejaram-me a carrinha. Foi horrível".

Na ressaca do sucesso da "guerra", Solnado regressou ao Brasil – onde tinha tido uma experiência falhada em 1958 – e desta vez as coisas correm muito melhor. "Entrei pela porta grande".

Em 1964 o actor e humorista tornou-se empresário, fundando o Teatro Villaret – na peça de estreia, em 1965, "O Impostor-Geral" foi o protagonista. Passou a fazer tudo como queria – “escolhia desde o tecido, a cor da tinta para escrever a peça, como se traduz, até à forma como se fazia a publicidade do lançamento” – mas pagou um preço, com os credores a baterem-lhe à porta.

Os textos humorísticos continuavam a ser editados em disco: Chamada para Washigton (em 1966), Cabeleireiro de Senhoras (68), e no início de 69 a compilação O Irresistível Raul Solnado.

É então que surge o segundo momento marcante da carreira: o programa Zip-Zip, gravado no Teatro Villaret, apresentado por Solnado, Fialho Gouveia e Carlos Cruz, muda a televisão em Portugal. Dura apenas sete meses, mas, em plena primavera marcelista, é uma “pedrada no charco”. “Pela primeira vez um programa de televisão marcava a agenda das conversas dos portugueses”, recordava Adelino Gomes no Público em 2002.

O primeiro Zip-Zip foi gravado num sábado, 24 de Maio "perante uma plateia de amigos e curiosos que compraram um bilhete de entrada por dez escudos". A crítica não poupou os elogios, e os autores recebem agradecimentos de pessoas na rua. Intelectuais, escritores, artistas, figuras que nunca tinham tido oportunidade de falar na televisão, passaram pelo palco do Villaret naqueles sete meses que durou o programa cujo nome foi inventado por Solnado durante uma viagem ao Porto – um nome que era bom "precisamente porque não queria dizer nada". E se na primeira gravação foi preciso convidar pessoas para assistir, nos seguintes os bilhetes esgotavam-se com enorme antecedência. E as ruas de Lisboa ficavam vazias às segundas-feiras à noite.

O sucesso televisivo volta a repetir-se (embora com um impacto diferente, porque por essa altura Portugal já tinha mudado) em 1977 com o programa A Visita da Cornélia, em que a interlocutora de Solnado era a vaca Cornélia.

Solnado continua a fazer teatro – "Há Petróleo no Beato" (1981) é um imenso sucesso – ao mesmo tempo que mantém presença na televisão. Novamente com os amigos Fialho Gouveia e Carlos Cruz apresenta o programa O Resto São Cantigas, em que se recordam músicos da época áurea da música ligeira portuguesa, e mais tarde apresenta o concurso Faz de Conta. É protagonista da "sitcom" "Lá Em Casa Tudo Bem", mas é no filme "A Balada da Praia dos Cães" (1987), de José Fonseca e Costa, que revela o seu extraordinário talento como actor dramático.

Em 1991 publica a sua biografia, "A Vida Não Se Perdeu", escrita por Leonor Xavier (que foi sua mulher durante 15 anos). Em 93 participa, ao lado de Eunice Muñoz na telenovela "A Banqueira do Povo" e continua a fazer teatro – nomeadamente a peça "O Magnífico Reitor" (2001), de Freitas do Amaral.

Numa homenagem, em 2002, no Festival Internacional de Humor de Lisboa, no Tivoli, Carlos Cruz agradeceu ao amigo. "Não temos o direito de lhe exigir nada porque ele nos deu tudo", disse. "Cinquenta anos, Raul, não é nada. É o teu princípio". Seis anos depois, a nova geração do humor em Portugal ainda teve a ajuda dele para a ajudar a contar a história.

* título da biografia do actor e humorista escrita por Leonor Xavier e publicada em 1991

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Novo director suspendeu programa para prender ou matar membros da Al-Qaida


in TSF 13 JUL 2009 - 09:24
A CIA tinha um programa secreto para capturar ou matar membros da rede terrorista Al-Qaida que foi interrompido com a chegada do actual director da agência, Leon Panetta, noticia esta segunda-feira o diário The Wall Street Journal.

A informação surge poucas horas depois de a presidente da Comissão de Inteligência (serviços secretos) do Senado ter confirmado que o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, proibiu a CIA de informar o Congresso sobre um plano antiterrorista criado depois dos atentados de 11 de Setembro de 2001.

O jornal, que cita vários antigos membros dos serviços secretos, garante que a natureza concreta do programa não é clara e que a CIA se recusou a comentar este assunto.

Refere no entanto que o programa, ainda não completamente operacional quando Panetta tomou posse, contava já com fundos para o planeamento e provavelmente para o treino de agentes para a missão, segundo responsáveis tanto do Governo norte-americano actual como do anterior.

O diário precisa que, em 2001, a CIA tinha já analisado a possibilidade de realizar assassínios selectivos de líderes da Al-Qaida mas abandonara-a seis meses depois.

A presidente da Comissão de Inteligência do Senado, a democrata Dianne Feinstein, confirmou no domingo que Cheney proibiu a CIA de dar informações sobre o plano antiterrorista criado depois do 11 de Setembro, como noticiara na véspera o diário The New Tork Times.

Para Feinstein, a decisão de ocultar o programa "é um grande problema" porque «se afastou da lei».

A Lei de Segurança Nacional de 1947 obriga o Governo dos Estados Unidos a manter «totalmente informadas» as comissões de inteligência do Congresso sobre as actividades dos serviços secretos.

Todavia, a disposição não é clara por referir que a divulgação dessa informação deve «ter em conta a prevenção da divulgação não autorizada de informação classificada».

Feinstein e outro pequeno grupo de legisladores souberam do programa a 24 de Junho, durante uma reunião com Leon Panetta, que por sua vez terá sabido da sua existência um dia antes e o suspendeu imediatamente.

sábado, 4 de julho de 2009

Maria João Pires renuncia à nacionalidade portuguesa


Pianista zangada com autoridades governamentais
in Público 03.07.2009 - 09h13 Margarida Gomes (Notícia actualizada às 11h14)
A pianista Maria João Pires vai renunciar à nacionalidade portuguesa, tornando-se aos 65 anos cidadã brasileira. A notícia é avançada pela Antena 2 da RDP, que adianta que a pianista se fartou “dos coices e pontapés que tem recebido do Governo português".

Decepcionada com o modo como tem sido tratada a nível governamental, sobretudo no seu projecto de ensino artístico de Belgais (Castelo Branco), Maria João Pires, que tinha dupla nacionalidade, decidiu agora ficar apenas com a brasileira.

Em Junho de 2006, Maria João Pires abandonou o Projecto Educativo de Belgais, que desenvolveu no concelho de Castelo Branco, e decidiu ir viver para o Brasil, onde pediu autorização de residência. A pianista está a viver em Salvador, no Estado da Bahia, e vai dedicar-se à hotelaria.

A decisão de renunciar à cidadania portuguesa foi revelada ontem pessoalmente pela pianista ao jornalista da Antena 2 Paulo Alves Guerra, numa conversa que os dois tiveram num centro comercial de Lisboa.

“Encontrei-a casualmente no Centro Comercial das Amoreiras. Maria João Pires andava às compras e ao ver-me acenou-me. Fui ter com ela e no desenrolar da conversa disse-me que ia renunciar à cidadania portuguesa”, relatou ao PÚBLICO o jornalista.

Paulo Alves Guerra advertiu-a de que estava a falar com um jornalista, ao que ela respondeu que podia utilizar a informação como quisesse. Só não permitiu que as suas declarações fossem gravadas.

Maria João Pires não pretenderá fazer mais declarações em Portugal. Daqui para a frente a sua vida vai passar a ser feita entre Portugal, Suíça e Brasil.

A pianista tem recebido telefonemas de vários organismos governamentais de Espanha e do Brasil a convidarem-na para se instalar definitivamente nesses países, mas o convite feito pelas autoridades brasileiras terá sido muito sedutor, levando a pianista a optar por se mudar de armas e bagagens para o outro lado do Atlântico.

Nascida a 23 de Julho de 1944, Maria João Pires aprendeu muito cedo a tocar piano: aos cinco anos deu o seu primeiro recital e aos sete anos tocou publicamente concertos de Mozart.

Com nove anos recebeu o prémio da Juventude Musical. Torna-se reconhecida internacionalmente ao vencer o concurso internacional do bicentenário de Beethoven, em 1970, realizado em Bruxelas.

Maria João Pires renunciou à cidadania portuguesa mas não aos concertos em Portugal, estando igualmente a preparar um novo disco.

Joe Berardo oferece emprego a Manuel Pinho


in SIC Online (04-07-2009 10:14 / Última actualização: 04-07-2009 10:55)
Joe Berardo oferece emprego a Manuel Pinho

Joe Berardo ofereceu trabalho a Manuel Pinho. O
ntem à noite, na SIC Notícias, o empresário convidou o ex-ministro a assumir um cargo de administração na Fundação Berardo.

O empresário Joe Berardo revelou que ainda ontem fez o convite dada a "admiração" que tem pelo ex-ministro da Economia, "um homem que ainda tem muito para oferecer a Portugal"

"Ainda ontem liguei à mulher dele, que ele estava ocupado, e fiz-lhe saber que tinha um convite para vir trabalhar para a fundação", revelou Berardo.

Coreia do Norte disparou hoje mais seis mísseis balísticos do tipo Scud


in Última Hora (Público) 04.07.2009 - 10h15
A Coreia do Norte disparou pelo menos seis mísseis balísticos do tipo Scud, num aparente acto de desafio para assinalar o 4 de Julho, Dia da Independência dos Estados Unidos.

Os mísseis tinham um raio de acção de cerca de 500 quilómetros, segundo noticia a BBC.

A Coreia do Sul e o Japão não hesitaram em considerar estes novos testes um "acto de provocação", na sequência de outros a que se tem assistido nas últimas semanas.

A Coreia do Norte está proibida de exercer quaisquer actividades relacionadas com mísseis balísticos, ao abrigo das sanções impostas pelas Nações Unidas depois de em Maio ter procedido a um segundo teste nuclear subterrâneo.

O Estado-Maior-General das Forças Armadas sul-coreanas anunciou que os engenhos foram disparados hoje de manhã a partir de um dos locais para o efeito existentes na costa oriental da Coreia do Norte. E todos eles foram cair no Mar do Japão, a que em Seul chamam Mar Oriental.

"Os nossos militares estão absolutamente prontos para enfrentar quaisquer ameaças e provocações norte-coreanas", disse o Estado-Maior em comunicado.

Um quadro do Ministério sul-coreano da Defgesa citado pela BBC disse que os testes de hoje foram de maior preocupação do que os quatro de curto alcance verificados quinta-feira, uma vez que já se tratou de mísseis susceptíveis de chegar a 500 quilómetros.

Os media do Japão e da Coreia do Sul têm vindo a noticiar que a Coreia do Norte se poderá estar muito bem a preparar para lançar um míssil balístico intercontinental.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Quercus reafirma acusações de violação da lei pela fábrica da Pescanova em Mira

RTP 2009-06-21 12:36:07 - País: A Quercus continua a contestar a nova unidade de aquicultura da Pescanova em Mira, Figueira da Foz. Um investimento recente e que deverá criar 200 postos de trabalho. Esta unidade irá produzir essencialmente para exportação, mas o projecto teve início com alguma controvérsia. A associação ambientalista Quercus fala em "atentado ambiental e já moveu dois processo judiciais por considerar que a fábrica está em violação da "Rede Natura 2000".

José Sócrates inaugurou unidade da Pescanova, em Mira


RTP 2009-06-21 19:24:46 - Economia: Portugal tem a maior unidade mundial de aquicultura para a produção do Pregado. O investimento de 140 milhões de euros foi realizado em Mira e vai criar duzentos postos de trabalho directos e seiscentos indirectos.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Já sentem o «formigueiro»?


Sábado, 13 de Junho de 2009, PRIVADO (blog) Editorial de José Leite

Ainda o «Privado» não saiu para os escaparates e já sinto um certo «formigueiro» a atormentar os possíveis «alvos». Cito o caso de políticos que continuam a viver sob a sombra protectora do sistema que tudo abafa e protege e que pensam que a teia de enganos pode ser eterna, em cumplicidade com uma imprensa cada vez mais amiga e reverente; refiro-me também a certos «empresários» de pacotilha, recém chegados ao mundo da comunicação social que estraçalham os valores morais, humanos e éticos – mesmo recorrendo a jornalistas que não tiveram pejo algum em anavalhar colegas de profissão nas costas – valores os quais, ao longo dos anos – e já lá vão 32 – sempre procurei abraçar nesta profissão…

…empresários (esta é uma qualificação demasiado falaciosa, eu direi que são mais canalhas aventureiros, «attachés» a certas seitas secretas que mexem os cordelinhos do Poder, da Esquerda à Direita, mas que, sabe-se lá porquê, gozam de escandalosos amparos judiciais ficando impunes aos crimes de lesa economia cometidos)…

…não esquecendo os corruptos e criminosos que vão minando os alicerces do chamado Estado democrático sem que este mostre vontade em lhes dar o devido correctivo.

Quando relevamos na nossa Carta de Princípios que o «Privado» será um jornal independente de grupos económicos e políticos, fazemo-lo convictos de que este «estatuto» nos irá dar mais força moral para empreender o combate que começa a 1 de Julho. Um combate que se estenderá a várias temáticas, desde as questões sociais, cada vez mais candentes nesta sociedade em desagregação económica, em que os humanos são tratados por números em vez de… pessoas, passando pelos crimes (dando-lhes um novo e inovador enquadramento jornalístico), aos escândalos (e se os há por aí, estão é muito bem escondidos…é o tal sistema na sua plenitude!), às questões politicas…

…este é um ano importante em termos de definição das políticas que vão nortear o país nos próximos anos e o «Privado» quer estar na primeira «trincheira» do «combate» que vai ser travado e que interessa ao futuro próximo dos portugueses e das gerações futuras…

…não esquecendo os valores da cidadania (privilegiando as legitimas aspirações dos milhares de imigrantes que nos procuraram em busca de um sol cada vez menos dourado).

Nesta «missão» procuramos apoiar-nos em profissionais com provas já dadas em vários meios, alguns dos quais marcaram determinadas épocas – como foi o caso de «o Crime», «o Diabo», e «Tal & Qual», (onde fomos «beber» alguma da irreverência que norteou esse projecto) - e o «Independente»…

( curioso que este senanário de Paulo Portas se popularizou também em alturas de crises politicas, no caso, do Cavaquismo… o «Privado» surge em plena queda do socratismo…).

Sobretudo é um projecto de jornalistas, os quais, simplesmente, querem fazer um jornalismo livre e independente como há muito não se via neste país. E esse é o propósito, não utópico, mas plenamente realista, que nos que nos dá este gozo tremendo de lançar o «Privado», para o juízo do grande público já no próximo dia 1 de Julho.

BPN está falido desde a nacionalização


EXPRESSO (TEXTO: Isabel Vicente/FOTO: Alberto Frias) 19:24 Quinta-feira, 18 de Jun de 2009 - Teixeira dos Santos garantiu que não haverá indemnização para qualquer accionista

23h43 - Não indica que não houve colaboração entre MP e BdP

Teixeira dos Santos volta a defender o governador do Banco de Portugal ao dizer que as questões colocadas pela Procuradoria Geral da República sobre o Banco Insular, "não indicia necessariamente que o Banco Insular tem uma relação com o BPN. Não se pode retirar daí essa ilação". Adiantando que oBdP saberia da existência do Banco Insular, pelo menos quando se realizou a venda da Fincor ao grupo BPN, respondeu o ministro á questão colocada pelo deputado do PSD, Hugo Veloza. Aliás adverte. "se o processo estava na PGR estava na sede própria", ou seja onde devia estar tratando-se de um eventual crime ou fraude relacionada com o Insular.

23h25 - Os trabalhos recomeçaram com as questões do deputado do PS, Ricardo Rodrigues.

23h30 - PS alegou defender a nacionalização

O deputado do PS, Ricardo Rodrigues defendeu a nacionalização do BPN e apenas perguntou ao ministro que consequências teria o facto do Estado entrar no capital do BPN ao abrigo do plano Cadilhe.

Teixeira dos Santos referiu o que já havia dito que a entrada do capital por parte do Estado no BPN não seria apenas de 600 milhões e que esta decisão implicaria a prazo mais entradas de capital num montante superior ao dobro daquele valor. Referiu ainda que aquela decisão não implicaria uma gestão de controlo por parte do Estado e portanto teria de ser partilhada com o conjunto de accionistas detentores do banco.

23h08 -Intervalo: Os trabalhos começam dentro de cinco minutos.

23h01 - Banco Efisa está em processo de alienação

Questionado sobre qual a razão de Abdool Vakil permanecer na instituição a que perside o Banco Efisa, Teixeira dos Santos inibiu-se de fazer qualquer comentário confirmando apenas que o Efisa está em processo de alienação, como aliás já tinha dito o presidente do BPN, Francisco Bandeira quando apresentou os resultados do banco nacionalizado.

22h45 - Accionistas da SLN só vendiam grupo e cada acção valeria 1,16 euros

Teixeira dos Santos afirma que a venda do BPN ao banco público antes da nacionalização do BPN "não foi falta de empenhamento da CGD mas falta de vontade da outra parte".

E adianta que "a CGD enviou a 23 de Outubro uma carta à administração do grupo BPN propondo-lhe a sua compra", mas Miguel Cadilhe respondeu na altura dizendo que "aguardava a resposta do Estado ao plano que havia apresentado".

Segundo o ministro os accionistas da SLN teriam feito chegar uma carta dizendo que as acções da SLN, que controlava o banco valiam 1,16 euros e implicava a venda do grupo e não apenas do BPN. Além de que a venda implicaria a compra das acções existentes e a subscrição do aumento de capital que estava em curso e apenas a primeira tranche do mesmo tinha sido realizada (80 milhões), faltando ainda 200 milhões de euros.

22h30 - BPN está mandatado para agir judicionalmente

"Não vamos baixar os braços", para recuperar perdas e travar operações que possam ser lesivas, afirmou o ministro quanto ao esforço que está ser feito para recuperar dívidas. A questão colocada por João Semedo, referia-se à postura aparentemente impávida e serena do Estado quanto à venda de activos da SLN, grupo que controlava o BPN e cujas empresas se encontram entre os principais devedores do banco.

O ministro afirma mesmo já ter dado ordens à administração do BPN para accionar todos os mecanismos que defendem dentro do quadro legal, inclusive acções judiciais para travar negócios que possam prejudicar a recuperação das dívidas.

22h12 - "Não é possível conceber um sistema que impeça fraudes e crimes"

"Tenho consciência de que o que se passou no BPN índice actos de natureza criminal e que foram deliberadamente escondidos e escondidos com sucesso. Não é possível conceber um sistema que impeça este tipo de crimes", respondeu Teixeira dos Santos sobre se é possível reformar a supervisão em Portugal. O ministro adiantou que por vezes as regras nem sempre são cumpridas. E exemplificou: "Eu sou um óptimo condutor mas não quer dizer que numa ou noutra situação não possa pisar um traço contínuo".

Ainda a uma questão colocada por João Semedo do BE sobre se já tinha lido os relatórios de inspecção do BdP e se perante tantos indicios mal explicados e relações com diversas "offshores", o BdP podia ter ido mais longe, Teixeira dos Santos afirma que uma das "fragilidades do nosso sistema de supervisão tem a ver com a identificação de situações muitas vezes dificeis de chegar, como por exemplo saber quem é o detentor ou beneficiário último das "offshores".

Estive cinco anos na CMVM e todas as quintas-feiras tinha contra-ordenações e aplicava coimas todas as semanas, por isso não me surpreende que o BdP tivesse feito o mesmo, agora a concepção de uma fraude com intuito de enganar e esconder, é muito difícil de descobrir.

21h40 - "Está mais interessado em condenar o supervisor do que os infractores"

Teixeira dos Santos, afirma que Nuno Melo, pelas considerações que teceu revela desconhecer o que são irregularidades e riscos e a sua diferença face ao que são fraudes e crimes.

"O sr. deputado está mais interessado em condenar o Banco de Portugal do que os infractores. Nunca o vi aqui condenar os infractores".

E adianta que existem padrões de supervisão e que estes cuidam da estabilidade financeira das instituições, não de fraudes e crimes. O ministro diz ainda que o parecer do BdP foi necessário e "não era preciso estudos", o problema do BPN era conseguir obter liquidez, nada mais.

21h51 - Falência seria desastrosa

Teixeira dos Santos afirma que "foi o problema de liquidez que esteve na base da nacionalização, porque o custo da sua falência acarretaria custos enomes", respondendo a Nuno Melo.

21h18 - Não há sistemas de supervisão perfeitos

"O BdP por tudo quanto disse não andou a dormir", afirma o ministro das Finanças Teixeira dos Santos, quando confrontado pelo deputado Nuno Melo quanto ao facto do supervisor ter de 2002 a 2008 deixado o grupo BPN/SLN persistir em erros grassos, como faltas de informação relativas a dossiês de crédito, processos de créditos sem quaiquer garantias, a não separação das áreas financeira e não financeira, entre outras questões que indiciavam irregularidades e falsidades, e o BdP nada ter feito.

"Face a tudo acha que o BdP actuou bem?", questiona Melo. Tanto mais que "nem mandou fazer auditorias, deixando perpetuar tantas situações?".

Teixeira dos Santos afirma que as declarações do deputado "colocam em questão a idoneidade dos colaboradores do BdP e a uma instituição prestigiante". E vai mais longe dizendo que "noto a sua emoção e até mesmo a exaltação quando fala do sr. Governador, e acho que ainda não percebeu que diante de si está o ministro das Finanças e não o governador". Teixeira dos Santos admite mesmo perceber a perseguição de Nuno Melo a Vitor Constâncio mas "não o deve fazer" porque coloca toda a estrutura em questão. "Tudo quanto disse o que a mim me prova é que o BdP não andou a dormir", aplicou recomendações e obrigou a instituição a fazer aumentos de capitais e outras correcções.

20h56 - "Não me parece que houve falha na supervisão. O BPN é um caso de polícia e como diz o ditado popular o enganado é sempre o último a saber", disse Teixeira dos Santos.


20h35 - Até agora o estado não suportou nem um euro

"Até agora o Estado não suportou nada. Nem um euro", afirmou Teixeira dos Santos quanto ao custo que a nacionalização do BPN já custou ao Estado, a uma pergunta de Nuno Melo, deputado do CDS-PP. O ministro referiu ainda que "a CGD o que está a fazer é injectar liquidez e já injectou 2,5 mil milhões", isso são operações bancárias normais que nada têm de especial.

20h29 - Teixeira dos Santos dá ordem de venda do BPN

O ministro das Finanças informou os deputados de que a semana passada já tinha dado ordens ao conselho de administração do BPN para começar a negociar a aleinação do banco.

Teixeira dos Santos respondia a uma exigência que o PCP fez relativamente ao facto do o parlamento dever ser informado sobre o futuro do BPN, interrogando o ministro sobre "quando é que a Assembleia da República vai poder saber quais são os planos para o banco de forma a que possa sobre isso pronunciar-se".

O ministro fez questão de saber que não tinha de pedir ao parlamento qualquer parecer sobre o futuro do BPN, até porque já tinha dado ordens para o a instituição fosse alienada.

20h20 - Nacionalização do grupo era ainda mais problemática

Quanto ao perímetro de consolidação, Teixeira dos Santos, diz entender que os administradores do BPN e da SLN, Carvalho das Neves e Franquelim Alves, como partes interessadas, gostariam que o grupo fosse nacionalizado como um todo, mas o objectivo era impedir uma crise que iria suscitar uma corrida aos depósitos noutros bancos, adverte o ministro. "temos que perceber o objectivo da nacionalização e este era assegurar os depósitos e injectar liquidez que faltava. O objectivo foi evitar o risco sistémico e proteger os clientes. A nacionalização do banco era a medida ajustada".

A nacionalização do grupo iria constituir para o estado um problema maior do que o que temos com o banco, respondeu Teixeira dos Santos às questões colocadas por Honório Novo.

20h05 - Plano de Cadilhe implicava mais dinheiro a prazo

Teixeira dos Santos explica ao deputado comunista, Honório Novo que a solução mais ajustada foi a nacionalização do BPN e que o Plano Cadilhe iria implicar injectar no banco muito mais do que os 600 milhões de euros inicialmente propostos. Referiu ainda que a nacionalização não poderia abranger o grupo todo, porque isso iria trazer um problema maior do que aquele que o Estado hoje tem.

"O plano Cadilhe foi apresentado em Outubro pelo presidente do grupo Miguel Cadilhe ao Tesouro e este pediu ao BdP um parecer" esclarece Teixeira dos Santos. E adiantou que este não era complexo "eu próprio também me sinto capaz de fazer tecnicamente uma avaliação, porque o plano não exigia estudos complexos", pelo que explica "houve sim uma análise e este plano tinha várias limitações que justificaram a sua recusa".

Teixeira dos Santos referiu que "por um lado o envolvimento significativo do Estado que envolveria 600 milhões de euros, não contemplava ainda a totalidade do valor das imparidades, o qual ainda era maioritariamente desconhecido, como veio a verificar-se".

Esse valor pedido mais do que duplicou ficando como já referido em mais de 1,5 mil milhões. Por outro lado, a entrada no capital previa uma taxa de remuneração de 5,2% o que é bastante inferior ás taxas practicadas neste tipo de entrada de capital pelo que seria chumbado por Bruxelas, esclareceu.

19h56 - Deloite desmente buraco avançado por Constâncio

Honório Novo afirma que as conclusões do Relatório da Deloitte desmentem os números descritos por Vítor Constâncio quando este afirmou que o buraco no BPN rondava os 900 milhões, ou sdeja menos de mil milhões de euros.

Mas afirnal não é assim explica Honório porque "os capitais próiprios negativos rondavam á data da nacionalização os 1,8 mil milhões de euros e a situação patrimonial e financeira do BPN oscilava entre os 1,9 mil milhões e os 2,2 mil milhões negativos.

O resultado levado a cabo por duas entidades independentes na avaliação do BPN e das empresas a este ligado é praticamente coincidente e como tal isso reflecte bem que "não há manipulação de valores", esclarece o ministro Teixeira dos Santos, quando confrontado com as dúvidas de Honório Novo transcritas pelas auditoras relativamente a algumas avaliações feitas nos seus relatórios.

Honório queixa-se que as avaliações chegaram à comissão dia 15 de Junho, enquanto ouvíamos o governador do BdP, Vitor Constâncio.

O ministro explica que provavelmente o governador do BdP se referia aos resultados do final de 2007 e quanto a este as contas foram corrigidas.

19h30 - Teixeira dos Santos descarta-se de responder a questões relativas ao período em que esteve na CMVM

O Ministro das Finanças remete para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a problemática sobre algumas actividades desenvolvidas pelo BPN quanto ao facto de saber se o BPN estava registado e autorizado para realizar determinadas operações.

Honório Novo questionou ainda o ministro sobre se houve troca de informações entre o BdP e a CMVM quanto a esta questão, tendo Teixeira dos Santos remetido esta questão também para a CMVM, apesar de ter sido na altura presidente deste orgão de reguilação dos mercados. E afirma "estou aqui como ministro das Finanças e não como presidente da CMVM", justificando não querer responder porque teria de socorrer-se da memória e esses exercício pode não ser rigoroso. Além do mais adianta "há registos na CMVM que podem confirmar o que pergunta".

19h27 - Honório pede explicações sobre créditos concedidos à Visabeira pelo BPN

Honório pede explicações sobre crédito a Visabeira por parte do BPN. O deputado quer saber se o crédito foi concedido antes ou depois da nacionalização, já durante a administração de Francisco Bandeira, presidente do BPN, e vice-presidente da CGD.

19h25 - Nuno Melo entrega ofícios

O CDS-PP vai juntar vários documentos à comissão para que esta os possa ter em conta no Relatório Final. Entre os documentos está o relatório de Inspecção do BdP ao BPN em 2005, a auditoria interna ao BPN Cayman, 2006, o documento Estado da Nação e odo BdP sobre a proposta da Sociedade Lusa de Negócios, dona do BPN até Novembro de 2008.

19h20 - Já o deputado do PS, Ricardo Rodrigues tem um entendimento diferente e diz mesmo que no relatório final o PS vai tirar conclusões sob a forma como muitas pessoas prestaram depoimentos invocando o segredo de justiça e a comissão aceitou, não tendo feito o mesmo quanto à invocação que foi feita pelo governador do BdP. Quanto ao governador os deputados da oposição, afirma Ricardo Rodrigues, entendem que a invocação do segredo profissional "foi abusiva".

19h15 - João Semedo do BE manifestou também o seu desagrado sobre a forma como Vítor Constâncio se referiu à comissão e à forma como decorreram os trabalhos.

19h12 - O deputado do PCP, Honório Novo não entende porque é que o primeiro ministro não se choca com o facto de o BdP não ter colaborado com os trabalhos da comissão, ao não enviar documentação necessária aos trabalhos que esta pretende finalizar quanto à supervisão feita no BPN. "Não aceitamos que o primeiro ministro tente minimizar os trabalhos da comissão".

19h10 - Nuno Melo diz que é o parlamento que fiscaliza o governo e não o governo que fiscaliza o parlamento. O deputado do CDS-PP, adverte que na altura em que o deputado europeu Vital

19h07 - Hugo Velosa protesta contra declarações de Sócrates a respeito da comissão

O deputado do PSD, Hugo Veloza acha inaceitável as declarações do primeiro-ministro, José Sócrates, face aos trabalhos da comissão quando disse na SIC que houve um tratamento menos próprio por parte dos deputados relativamente ao governador do Banco de Portugal e outros responsáveis que passaram pela comissão que foram recebidos de forma mais afável.

19h03 - Declarações de Sócrates sobre comissão geram protesto

Maria de Belém, presidente da comissão parlamentar de inquérito, em resposta a José Sócrates sobre os excessos na comissão de inquérito diz que cada deputado adopta o estilo que entende, mas há sempre uma postura institucional que devemos ter.

"Tive várias vezes de ponderar o que era mais adequado", disse Maria de Belém, afirmando, ainda, que "conduzi trabalhos em função da minha avaliação pessoal, que me responsabiliza a mim e que condiz melhor com o papel da assembleia da república".

19 horas - Teixeira dos Santos acaba de chegar à comissão parlamentar de inquérito

Deputados manifestam-se contra declarações de Sócrates sobre trabalhos da comissão acusando esta de dar tratamento diferente a quem entendia consoante os motivos que os moviam.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

ALERTA: declarada pandemia de gripe A


in iOnline (por Agência Lusa, Publicado em 11 de Junho de 2009) - A Organização Mundial da Saúde declarou hoje o estado de pandemia devido à gripe A H1N1, tendo subido o nível de alerta pandémico para o mais elevado (seis) por existir “um risco aumentado e substancial de transmissão na população”.

Nesta fase, a estratégia passa pela “minimização do impacto, através da implementação de medidas de adequação da resposta dos serviços prestadores de cuidados de saúde e de medidas de saúde pública, no que respeita à triagem e atendimento dos doentes”, segundo o Plano de Contingência da Gripe da Direcção-Geral de Saúde (DGS).

Segundo a DGS, que segue orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), nesta fase deverão ser usado equipamentos de protecção individual, os doentes e os seus contactos deverão ser isolados e deverão ser tomadas medidas relacionadas com a administração adequada de medicamentos antivirais e da vacina.

As seis fases, estabelecidas em 2005 a propósito da gripe aviaria e actualizada em 2009, são definidas segundo critérios claros que implicam a resposta dos países face ao risco pandémico.

A passagem de um estado a outro é decidida por uma “Comissão de emergência do regulamento sanitário internacional”, uma instância composta por uma quinzena de especialistas internacionais convocados pela OMS.

- Fase 1: Não foram detectados novos subtipos do vírus da gripe em humanos.

- Fase 2: Não foram detectados novos subtipos do vírus da gripe em humanos. No entanto, existe um subtipo do vírus da gripe em circulação em animais que apresenta um elevado risco de infecção humana.

- Fase 3: Existe infecção humana com um novo subtipo do vírus mas não foi detectada transmissão pessoa-a-pessoa, ou, no máximo, houve situações de transmissão para contactos próximos.

- Fase 4: Existem um ou mais pequenos clusters/surtos com transmissão pessoa-a-pessoa limitada. No entanto, a disseminação do vírus é completamente localizada, indicando que o vírus ainda não está bem adaptado ao hospedeiro humano.

- Fase 5: Existem clusters/surtos de maiores dimensões mas a transmissão pessoa-a-pessoa ainda é localizada, indicando que o vírus está a adaptar-se gradualmente melhor ao hospedeiro humano mas ainda não atingiu um nível de transmissão considerado eficaz (substancial risco pandémico).

- Fase 6: A pandemia está instalada: existe um risco aumentado e substancial de transmissão na população em geral.

Manchester aceita vender Ronaldo


CM 11 Junho 2009 - 11h29 (Red Devils anunciam no seu site oficial) O Manchester United aceitou a proposta recorde de quase 94 milhões de euros do Real Madrid para adquirir o futebolista português Cristiano Ronaldo, que se tornará o jogador mais caro da história do futebol.

'O Manchester United recebeu uma oferta recorde de 80 milhões de libras (94 milhões de euros) do Real Madrid pelo Cristiano Ronaldo. A pedido do Cristiano - que voltou a expressar o desejo de sair - e depois de conversações com os seus representantes, o United concordou em permitir ao Real Madrid que negoceie com o jogador', pode ler-se no comunicado no site do Man.United.

Na nota aos adeptos do United é feita referência que o negócio deverá estar concluído até dia 30 de Junho.

A confirmar-se esta será a maior transferência da história do futebol, ultrapassando a de Ziinedine Zidane da Juventus para o Real e que na altura custou 76 milhões de euros, em 2001.

Caso se concretize o negócio, Cristiano Ronaldo pode render aos cofres do Sporting cerca de três milhões de euros correspondente à percentagem pela formação do atleta.

REACÇÕES

"Estou atónito com estas transferências milionárias", Michel Platini, presidente da UEFA

'Estou feliz pelo Cristiano Ronaldo, que vai entrar na história como o jogador mais caro', Deco jogador do Chelsea

'Com estes grandes jogadores vamos precisar de ser humildes o suficiente para correr dentro do campo e sermos uma equipa unida', Pepe jogador do Real Madrid

10 TRANSFERÊNCIAS MAIS CARAS DO FUTEBOL

1. Cristiano Ronaldo (Por), do Manchester United para o Real Madrid (2009): 93 milhões de euros

2. Zinedine Zidane (Fra), da Juventus para o Real Madrid (2001): 75 milhões de euros

3. Kaka (Bra), do AC Milan para o Real Madrid (2009): 65 milhões de euros

4. Luís Figo (Por), do Barcelona para o Real Madrid (2000): 61 milhões de euros.

5. Hernan Crespo (Arg), do Parma para a Lázio Roma (2000): 56 milhões de euros

6. Gaizka Mendieta (Esp), do Valência para a Lázio (2001): milhões de euros

7. Rio Ferdinand (Ing), do Leeds United para o Manchester United (2002): 47 milhões de euros

8. Andrei Shevchenko (Ucr), do AC Milan para o Chelsea (2006): 46 milhões de euros

9. Juan Seba

domingo, 7 de junho de 2009

Homem preso por alegada ameaça a Obama


[tradução livre] LAUGHLIN, Nev., June 7 (UPI) - Um homem de 36 anos, acusado de ter ameaçado matar o presidente Barack Obama, foi preso no parque de estacionamento de um Casino em Laughlin, Nevada, afirmam as autoridades.

Daniel James Murray foi preso na noite de Sexta-feira por comentários alegadamente emitidos no mês passado ao balcão do Zion First National Bank, em St. George, Utah, disse a Assistante do Procurador Geral, Barbara Bearnson.

Enquanto levantava 12 mil dólares em espécie, Murray terá alegadamante dito ao caixa, "estamos numa missão para matar o presidente dos Estados Unidos", como referem documentos do Tribunal Federal em Salt Lake City.

Mais tarde, Murray terá retornado ao banco, levantou mais 72 mil dólares e fechou a conta, concluiu Bearnson.

Murray, que não resistiu à prisão, tem oito armas registadas em seu nome e ligações em Nova Iorque, Texas, Utah, Nevada e California, relatava no Domingo o Las Vegas Sun.

Antigos vizinhos em Nova Iorque disseram que Murray costuma usar um boné (cape) enquanto passeia, o que lhe valeu a alcunha de "homem do boné" (Cape Man)", escreve o The Sun.

Europeias: Afluência às urnas às 12:00 era de 11,8%


Até ao meio-dia votaram hoje para as eleições europeias 11,8% da população. Nas anteriores eleições para o Parlamento Europeu, à mesma hora registava-se uma afluência de 14,2 por cento.
in Expresso (Lusa - 13:17 Domingo, 7 de Jun de 2009)

A afluência às urnas dos eleitores nacionais era às 12:00 de hoje de 11,8 por cento, segundo dados divulgados pela Direcção Geral da Administração Interna (DGAI).

Nas anteriores eleições para o Parlamento Europeu, realizadas a 13 de Junho de 2004, à mesma hora registava-se uma afluência de 14,2 por cento.

Nas europeias de 2004, votaram 38,8 por cento dos eleitores e a abstenção situou-se nos 61,2 por cento, mas a taxa mais elevada foi nas eleições de 1994, quando se atingiu 64,4 por cento.

Cerca de 9,6 milhões de eleitores portugueses podem votar hoje nas eleições europeias, mais 700 mil do que no último acto eleitoral realizado em Portugal, as eleições presidenciais de 2006.

Segundo a Direcção-Geral da Administração Interna, estão recenseados 9.667.024 portugueses. Nas eleições presidenciais de 2006 eram cerca de 8,9 milhões o número de eleitores.

As mesas de voto abriram às 08:00 no Continente e na Madeira, encerrando às 19:00.

Nos Açores, as urnas abrem e encerram uma hora mais tarde devido à diferença horária (menos uma hora do que em Lisboa).

Concorrem às eleições europeias 13 partidos: PS, PSD, CDU, BE, CDS-PP, MEP, MMS, PCTP-MRPP, MPT (em conjunto com o partido europeu Libertas), Partido Humanista, MPT, PNR e POUS.

Os portugueses votam hoje para eleger 22 deputados, menos dois que nas anteriores eleições realizadas em 2004.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O Desafio perdurável de Tiananmen


Wang Dan foi um dos líderes estudantis nas manifestações em Tiananmen. Exilado nos Estados Unidos, ele aconselha o governo chinês a tomar quatro medidas para convencer o mundo de que é uma "potência responsável".
in Expresso(Wang Dan, Global Viewpoint Network/Exclusivo Expresso - 9:31 Quinta-feira, 4 de Jun de 2009)

Há duas décadas, em Maio de 1989, eu era um jovem estudante de história de 20 anos na Universidade de Pequim. Em 13 de Junho, o meu nome encabeçava uma lista dos líderes estudantis "mais procurados" do movimento pela democracia de Tiananmen. Fui preso e passei quase quatro anos na cadeia, fui novamente preso em 1995 e depois exilado para os Estados Unidos em 1998.

Acaba de ser divulgada uma autobiografia secreta de Zhao Ziyang, o secretário-geral do Partido Comunista que perdeu uma luta pelo poder contra os conservadores em 1989 e que morreu em prisão domiciliária. Nos seus escritos, Zhao revela a sua convicção de que as nossas exigências por uma reforma económica e de direitos humanos não só eram razoáveis como podiam ter acelerado a modernização da China.

Acreditei então e continuo a acreditar que as reformas que eu e os meus companheiros defendíamos constituem os desafios centrais que moldam hoje o destino da China.

Passaram vinte anos desde as históricas manifestações da Praça Tiananmen a favor da democracia e da liberdade de expressão e contra a corrupção. E durante este tempo, a China mudou substancialmente. As reformas económicas permitiram que milhões de chineses retirassem as suas famílias da miséria, e muita gente na China acha que a sua vida mudou para melhor.

Mas as causas centrais assumidas pela geração Tiananmen, tanto pelos estudantes como pelos cidadãos, continuam por resolver: corrupção, direitos dos trabalhadores, liberdade de expressão e reformas governamentais para responderem às necessidades dos 1,3 mil milhões de chineses.

Hoje na China a corrupção é endémica porque o Partido Comunista Chinês e a sua vasta rede de funcionários continuam acima da lei. Os trabalhadores continuam a ver os seus direitos violados, um problema que provavelmente aumentará à medida que a crise económica mundial afectar as fábricas, mandando para casa muitos milhões de trabalhadores que migraram das suas terras. A censura à liberdade de expressão imposta pelo governo chinês é uma preocupação central, quando o advento da Internet dá voz tanto a jovens como a críticos.

O crescimento económico da China não conduziu à liberdade, a uma imprensa livre ou à democracia. Pelo contrário, tal como aconteceu com Deng Xiaoping e Jiang Zemin antes dele, o Presidente Hu Jintao da China invocou o desenvolvimento económico para justificar a repressão das manifestações de Tiananmen e a manutenção do regime de partido único. Eivado de corrupção, o sistema beneficiou alguns privilegiados, com os secretários locais do partido a tornarem-se milionários de um dia para o outro e a usarem o seu poder político para acumularem grandes somas provenientes dos lucros das empresas estatais.

O momento de maior orgulho da história da China
As nossas manifestações na Primavera de 1989 tiveram eco entre a população chinesa. Em poucas semanas, manifestações joviais e pacíficas tiveram lugar nas principais cidades, envolvendo não apenas estudantes mas também operários fabris, académicos e até funcionários de jornais e estações de televisão controlados pelo Estado. Para mim, foi o momento de maior orgulho na longa história da China. Pela primeira vez na nossa vida, o povo ousava exercer o direito humano mais fundamental de todos: a liberdade de expressão.

Na noite de 3 de Junho, o exército entrou na Praça Tiananmen para a desocupar e a violência militar que se seguiu manchou de sangue mais uma página da história tumultuosa da China. Ainda hoje não sabemos quantas pessoas foram mortas naquela praça. O governo disse que só morreram soldados e alguns cidadãos, mas temos fotografias de centenas de manifestantes trucidados ao longo da Avenida Changan e de corpos jazendo nas morgues dos hospitais de Pequim.

Na última década, vi de longe a China reafirmar o seu papel no palco mundial. O crescimento económico é impressionante. No ano passado, os Jogos Olímpicos de Pequim deram à China o perfil mundial de legitimidade que os seus dirigentes tão claramente desejam. Mas o que dizer da censura aos meios de informação, que contribuiu para o número de vítimas do escândalo do leite contaminado? E a corrupção governamental, que levou a práticas de construção fraudulentas em Sichuan e consequências devastadoras no sismo do ano passado? Ou o fosso cada vez maior entre ricos e pobres?

Estes problemas, todos abordados pelos estudantes da Praça Tiananmen há 20 anos, continuam por resolver. O poder da China está limitado ao "yang" ou "hard power", o poder militar ou económico, ao passo que no século XXI o "yin" ou "soft power", baseado em princípios morais e direitos humanos, é igualmente importante.

O povo chinês anseia não só por benefícios económicos mas também por direitos humanos fundamentais. Um manifesto pro-democracia chamado Carta 08, divulgado online em Dezembro último, já reuniu milhares de assinaturas, apesar de todos os esforços das autoridades chinesas para impedirem a sua distribuição e punirem os seus autores. O eminente intelectual Liu Xiaobo, um dos subscritores da carta, foi detido em Dezembro e continua preso sem justificação legal. Liu, que passou quase dois anos na prisão depois das manifestações de Tiananmen, foi uma inspiração para nós em 1989 e continua a sê-lo hoje.

Por ocasião do 20º aniversário do massacre de Tiananmen, o governo chinês devia tomar quatro medidas, caso deseje convencer o mundo de que é uma "potência responsável". Primeiro, devia pagar indemnizações às mães de Tiananmen que perderam os filhos para sempre. Segundo, o governo devia permitir que eu e outros cidadãos chineses forçados ao exílio pudessem regressar à sua pátria. Terceiro, o governo devia libertar os restantes presos políticos que foram encarcerados por se manifestarem pacificamente na Praça Tiananmen e os presos mais recentes perseguidos pelas suas tentativas de encorajar uma reforma de direitos humanos. Finalmente, os dirigentes chineses deviam aproximar-se dos objectivos de longo prazo partilhados pelos estudantes de Tiananmen e os autores da Carta 08 - estabelecendo o Estado de direito, garantindo os direitos humanos fundamentais e pondo fim à corrupção.

Só então poderá a China começar a virar a trágica página de Tiananmen.

David Carradine (1936-2009)


in EXPRESSO (17:44 Quinta-feira, 4 de Jun de 2009)

A notícia já foi confirmada pelo porta-voz da embaixada norte-americana na Tailândia: David Carradine morreu na madrugada desta quarta-feira.

O seu corpo foi encontrado num luxuoso quarto de hotel em Banguecoque. Tudo aponta para a hipótese de suicídio por enforcamento, mas a realidade dos factos está ainda envolta em mistério.

É o fim do famoso Kwai Chang Caine, a personagem da série "Kung Fu" que imortalizou Carradine nos anos 1970. Filho de um actor culto e extraordinário (John Carradine, um dos preferidos de John Ford), apaixonado desde cedo por filosofias orientais e por fascínios shaolin, David Carradine deu os primeiros passos como actor na TV em séries que o tornariam popular no mundo inteiro como "Shane" e a já citada "Kung Fu".

No cinema, foi um sindicalista anarquista 'crucificado' por Scorsese em "Boxcar Bertha"; um Frankenstein do humor negro para Paul Bartel em "Death Race 2000"; um judeu americano confrontado com a escalada do nazismo segundo Ingmar Bergman em "O Ovo da Serpente."

Irreverente e inconformado, filmou com toda a Série-B americana, de Altman a Joe Dante, passando por John Carpenter, muitas vezes em filmes que não estavam à sua altura.

Em todos foi um actor de excelência e foi por isso que Tarantino se lembrou dele, em 2003, oferecendo-lhe o papel protagonista nas duas partes do seu "Kill Bill".

David era o mais velho e o mais dotado dos três irmãos do clã Carradine, todos actores. Foi nomeado para quatro Globos de Ouro. Interpretou para cima de 200 papéis no cinema e na TV e realizou três longas-metragens. Tinha 72 anos.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Piratas da internet atacam Fisco


CM 01 Junho 2009 - 02h12
(2.278 ataques em 2008)

Os piratas informáticos atacam cada vez mais a rede da Administração Fiscal: só em 2008 foi registado, segundo a Direcção-Geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros (DGITA), um total de 2.278 ataques provenientes do exterior, um aumento de 72,4 por cento face às 1321 tentativas de acesso não-autorizado via internet ocorridas no ano anterior.

A pressão da pirataria informática é tão elevada que a DGITA efectuou mesmo duas análises de risco durante 2008, uma em Janeiro e outra em Novembro.

domingo, 31 de maio de 2009

Lixeira


CM 31 Maio 2009 - 09h00
Impressão Digital (Francisco Moita Flores, Professor universitário)

As últimas sondagens revelam um aumento de votos brancos nas urnas do próximo acto eleitoral para as eleições europeias. Não bastava já a grande abstenção que se espera como, agora, cerca de 20% dos eleitores estão disponíveis para ir votar em branco. Dizendo de outra forma, 20% dos eleitores prepara-se para dizer não gostamos de nenhum de vocês, enquanto o valor da abstenção apenas pode expressar um clamoroso queremos que vocês se lixem!

Quem está a assistir ao desenrolar da campanha eleitoral percebe estes dois blocos de votação. A campanha transformou-se numa verdadeira estrumeira. Vital Moreira grita a Rangel que ninguém o cala. Rangel berra para Vital que ninguém o amordaça. Jerónimo de Sousa, com o descaramento habitual, passa o tempo a dizer que os outros partidos têm medo do PCP. Como se um ou dois deputados que elegem fosse o fim do medo do neoliberalismo. O Bloco de Esquerda mandou as europeias às urtigas e a única preocupação é ultrapassar o PCP. E finalmente o CDS, que embora também vá metendo as mãos no lixo de vez em quando tem um rasgo de lucidez e lá vai falando da política agrícola comum. Quanto ao resto do debate, o resultado a meio da campanha é: sobre a Europa nada; quanto a insultos, grande abundância. Uma vergonha. Esta gente está deliberadamente a destruir o sistema democrata. Há barbáries e insultos, há crítica sem sentido.

Não se ouve uma única palavra sobre a revisão do actual quadro de referência estratégica, não se ouve uma única palavra sobre as consequências do Tratado de Lisboa, não se ouve uma única palavra sobre os destinos de Portugal e a sua posição estratégica nesta Europa cada vez mais alargada, não se ouve uma única palavra sobre o que farão as empresas e os trabalhadores portugueses com a deslocalização económica para o leste da União Europeia, não se ouve uma única palavra sobre despoluição e qualidade das águas, não se ouve uma única palavra sobre a competitividade da cidadania. Absolutamente nada. Insultos, enxovalhos, a discussão em torno da imundície que é o BPN, o populismo em torno de outros casos judiciais, um falso moralismo de fariseus políticos que nos dizem ser candidatos europeus e se comportam como adolescentes zangados porque não são os donos da bola. Uma verdadeira lixeira. Mais uma ferida que sangra nesta democracia enxovalhada. Que Deus lhes perdoe, que cada vez há menos eleitores capazes de o fazer.

Obama cria gabinete contra ciber-ataques


(EUA já várias vezes se queixaram de ataques russos e chineses)
in Público 29.05.2009 - 16h15 João Pedro Pereira [Notícia actualizada às 17h22]

O presidente americano, Barack Obama, anunciou hoje a criação de um gabinete na Casa Branca dedicado a coordenar os esforços de protecção dos EUA contra ciber-ataques. A novidade surge numa altura em que também o Pentágono está preocupado com o assunto e tem planos para formar um comando militar dedicado à ciberguerra.

O novo gabinete na Casa Branca será chefiado por um ciber czar, mas a nomeação deste responsável ainda não está calendarizada. Contudo, alguns analistas, citados pela imprensa americana, já notaram que este cargo não está suficientemente alto na hierarquia da administração de Obama para conseguir uniformizar os esforços nesta área, que, por agora, estão ainda dispersos por vários organismos.

Obama admitiu que os EUA não estão suficientemente preparados para a eventualidade de uma ciber-guerra e sublinhou que os perigos do ciber-espaço são "reais".

A ideia de um ciber czar surge na sequência de um relatório encomendado por Obama pouco tempo depois de ter tomado posse e que analisou a capacidade de resposta dos EUA a ciber-ataques, bem como o grau de integração já existente entre os sectores público e privado.

Para além do anúncio público, a Casa Branca vai ainda emitir uma série de directivas secretas para orientar a actuação dos militares em caso de ciber-ataques.

Já a ideia do Pentágono de criar uma divisão dedicada à ciberguerra está ainda para ser discutida formalmente com o presidente Obama, avançou o New York Times. O jornal nota, contudo, que Obama deverá dar luz verde ao projecto.

Há muito que os EUA estão preocupados com os ciber-ataques de que têm sido alvo. E os especialistas já avisaram que, devido ao alto nível de informatização, este é um país particularmente vulnerável a este tipo de ofensivas.

Um ciber-ataque pode ir de casos relativamente simples (como desactivar ou alterar um site oficial do governo, com o objectivo de espalhar desinformação), até ofensivas mais complexas e de grandes repercussões: intrusões em redes de sistemas bancários ou da bolsa, de controlo de tráfego aéreo, da gestão de hospitais e de serviços públicos, como, por exemplo, o fornecimento de água e electricidade.

Este ano, os EUA revelaram que um atacante desconhecido conseguiu entrar no sistema informático responsável pela rede eléctrica, mas o ataque foi detectado e não teve consequências.

Os EUA queixam-se ainda de serem alvo frequente de ciber-ataques oriundos da China. Em Abril, acusaram a China de ciber-espionagem, mas o governo de Pequim, como sempre fez nestas situações, negou veementemente as acusações.

A preocupação não é nova e muitos países têm dedicado nos últimos anos atenção à possibilidade de ciberguerra. Mas a atenção mediática para esta questão disparou em 2007, quando a Rússia foi acusada de atacar os servidores da Estónia (um país com uma forte dependência da Internet), colocando fora de operação sites governamentais, sites de bancos e de jornais.

O governo russo – que, um ano depois, foi acusado de fazer o mesmo na Geórgia – descartou responsabilidades e atribuiu a culpa a piratas informáticos, a agir por conta própria e fora da alçada governamental.

Esta justificação russa é semelhante à que as autoridades chinesas muitas vezes apresentam – mas muitos especialistas defendem que, mesmo não havendo vínculos formais, os grupos de piratas são, senão encorajados, pelo menos tolerados por parte dos governos destes países.

sábado, 30 de maio de 2009

Manifesto Editorial



(EM ELABORAÇÃO)

Não prometemos ser breves.

Aliás: não prometemos nada!

Em ano de eleições, deixamos as promessas para os políticos...