domingo, 19 de outubro de 2014

Retirar água do ar

Os arquitectos Arturo Vittori e Andreas Vogler do estúdio Architecture and Vision (AV) desenvolveram uma inovadora torre capaz de recolher água a partir da humidade atmosférica. O projecto, denominado Warka Water, é voltado para as populações rurais de países pobres onde o abastecimento de água potável é problemático.


Numa viagem à Etiópia, o italiano Arturo Vittori ficou fascinado pelas belas paisagens naturais do país mas também preocupado ao perceber que muitas comunidades locais não têm água, electricidade nem saneamento.

Por causa disso, há mulheres e crianças que andam largas dezenas de quilómetros para encontrar água, muitas vezes insalubre e contaminada.

Determinado a ajudar a resolver este problema, o arquitecto projectou então algo prático e de fácil construção: uma torre que capta água da atmosfera e a torna própria para consumo humano.

O projecto, denominado Warka Water em homenagem às árvores Warka da Etiópia - frondosas figueiras, tradicionalmente conhecidas naquele país africano como símbolo de fertilidade e generosidade, sendo também local de encontro para os moradores de muitas aldeias - tem em mente as populações rurais.


Com uma estructura extremamente simples, a torre pode ser replicada em qualquer lugar pois os materiais utilizados para o “esqueleto” são simples hastes de bambu e junco entrelaçadas (ou algum outro material que seja predominante na região e que mantenha a eficácia da estructura).

No interior da estrutura é suspensa uma malha de plástico reciclado (rede), com fibras de nylon e polipropileno - muito parecida com o material usado para transportar frutas e legumes - que ajudam a captar as gotículas que depois escorrem até uma bacia na base da torre.

A construção de uma destas torres custa cerca de 550 dólares (430 euros) e necessita apenas do trabalho de quatro pessoas durante uma semana.


Após a saída do suíço Andreas Vogler da AV, Arturo Vittori lançou a segunda fase do projecto com o Warka Water 2 (WW2) - uma estrutura de 12 metros de altura e 90 quilos, capaz de acumular até 100 litros de água diariamente - começou a procurar parceiros para levar a Warka Water para outras áreas necessitadas do globo e tem vindo a demonstrar o novo protótipo em vários eventos relacionados com arquitectura e ecologia por todo o mundo.

Para mais informações, visite o site da Architecture and Vision.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Especialistas alertam para próximo grande sismo em Lisboa

publicado 11 Abr, 2014, 22:04 / atualizado em 11 Abr, 2014, 22:04 in RTP Notícias - Ana Luísa Rodrigues/ Sónia Silva/ Hermano Soares/ Filipe Martins/ Pedro Rothes/ Sérgio Ramos/ Carlos Matias/ Paulo Nunes


Académicos e engenheiros garantem que, num país onde está escrito que vai ocorrer outro sismo, ninguém pode sentir-se a salvo. Sobretudo os portugueses que vivem na Grande Lisboa, Vale do Tejo, Costa Alentejana e no Algarve. O Laboratório Nacional de Engenharia Civil prevê que o próximo terramoto possa matar entre 17 a 27 mil pessoas. E é esta certeza científica que está na origem da revolta de um grupo de especialistas que se queixou até ao Presidente da República. Mas sem resultado.

Veja aqui o trabalho dos jornalistas da RTP

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Hackers chineses atacaram Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal

in PÚBLICO ONLINE (10/12/2013 - 09:12)

Numa altura em que os olhos sobre a espionagem têm estado centrados nas informações divulgadas por Edward Snowden sobre a forma de actuação da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, um novo relatório vem alertar que há outros problemas que estão longe de estar controlados: um grupo de hackers chineses conseguiu entrar no sistema informático dos ministérios dos Negócios Estrangeiros de cinco países diferentes, entre os quais Portugal, diz o New York Times.

Além de Portugal, de acordo com o New York Times, os países visados foram a República Checa, Bulgária, Letónia e Hungria. Os ataques, diz um relatório da empresa de segurança informática californiana FireEye, terão começado em 2010 e sido feitos de forma reiterada. Os países não são mencionados no documento mas, pelos endereços de e-mail no site dos hackers, o jornal diz ser possível avançar os cinco alvos e uma fonte da investigação confirmou-os ao New York Times.

Nart Villeneuve, que colaborou com a FireEye na investigação, adiantou que o trabalho deste grupo de pirataria informática tem um padrão diferente, já que os alvos não foram comerciais mas sim governamentais, o que pode indiciar tratar-se de uma campanha afiliada do Estado chinês.

Villeneuve tinha no ano passado colaborado com uma empresa de segurança de Tóquio na investigação sobre um conjunto de ataques a empresas no Japão e na Índia e diz que os autores dos ataques aos ministérios dos Negócios Estrangeiros foram altamente selectivos. A investigação recebeu o nome de “Ke3Chang”, depois de terem percebido que os hackers introduziam malware (software malicioso) através do e-mail.

De início, o grupo enviava um e-mail aos seus alvos com um link onde dizia existirem fotografias de Carla Bruni, a mulher do antigo Presidente francês Nicolas Sarkozy, nua. Bastava alguém clicar no endereço para os hackers conseguirem instalar-se no computador e respectiva rede informática, sendo que os investigadores não perceberam que ficheiros foram afectados.

O mais perto que conseguiram chegar foi em Agosto, quando a FireEye conseguiu infiltrar-se durante uma semana nos servidores do grupo, identificando 21 alvos diferentes, incluindo os cinco ministérios. As vítimas eram sempre pessoas com acesso privilegiado a conteúdos dos mesmos. No total, não se sabe quantos afectados haverá e a quantos mais computadores chegaram.

Rob Rachwald, investigador sénior da FireEye, disse também ao New York Times que os ataques por parte da China a ministérios dos Negócios Estrangeiros de outros países não são inéditos, sendo mesmo uma prática corrente para obter de forma antecipada informação, por exemplo, sobre questões policiais relacionadas com o país.

O jornal norte-americano contactou os vários ministérios, sendo que o de Portugal foi um dos que não respondeu.

NOTA: Relatório foi feito nos EUA e jornal New York Times diz que ministérios da República Checa, Bulgária, Letónia e Hungria também foram visados.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Cientistas descobriram fractura tectónica em formação ao largo da costa portuguesa

in Público Online (Por Ana Gerschenfeld - 18/06/2013 - 10:43)

Após os grandes terramotos de 1755 e 1969 em Portugal, já se suspeitava que algo estivesse a acontecer no fundo do Atlântico, próximo da Península Ibérica. Agora, cientistas portugueses, australianos e franceses afirmam ter descoberto os primeiros indícios desse fenómeno.

A descoberta de uma zona de subducção nas suas primeiríssimas fases de formação, ao largo da costa de Portugal, acaba de ser anunciada por um grupo internacional de cientistas liderados por João Duarte, geólogo português a trabalhar na Universidade de Monash, na Austrália.

A confirmar-se que o fenómeno, em que uma placa tectónica da Terra mergulha debaixo de outra, está mesmo a começar a acontecer, como concluem estes cientistas num artigo publicado online pela revista Geology, isso significa que, daqui a uns 200 milhões de anos, o oceano Atlântico poderá vir a desaparecer e as massas continentais da Europa e América a juntar-se num novo supercontinente.

João Duarte e a sua equipa de Monash, juntamente com Filipe Rosas, Pedro Terrinha e António Ribeiro, da Universidade de Lisboa e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera – e ainda Marc-André Gutcher, da Universidade de Brest (França) – detectaram os primeiros indícios de que a Margem Sudoeste Ibérica – uma margem “passiva” do Atlântico, isto é, onde aparentemente nada acontecia – está na realidade a tornar-se activa, explica em comunicado aquela universidade australiana. A formação da fractura foi detectada através do mapeamento pelos cientistas, ao longo de oito anos, do fundo do oceano nessa zona.

“Detectámos os primórdios da formação de uma margem activa – que é como uma zona de subducção embrionária”, diz João Duarte, citado no mesmo comunicado.

E o investigador salienta que a actividade sísmica significativa patente naquela zona, incluindo o terramoto de 1755 que devastou Lisboa, já fazia pensar que estivesse a produzir-se aí uma convergência tectónica.

A existência desta zona de subducção incipiente ao largo de Portugal poderá indiciar que a geografia dos actuais continentes irá evoluir, ao longo dos próximos 220 milhões de anos, com a Península Ibérica a ser empurrada em direcção aos Estados Unidos. Este tipo de fenómeno já terá acontecido três vezes ao longo de mais de quatro mil milhões de anos de história do nosso planeta, com o movimento das placas tectónicas a partir antigos supercontinentes (como o célebre Pangeia, que reunia todos os continentes actuais) e a abrir oceanos entre as várias massas continentais resultantes.

O processo de formação da nova zona de subducção deverá demorar cerca de 20 milhões de anos, fornecendo aos cientistas uma “oportunidade única” de observar o fenómeno de activação tectónica.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Sismo de magnitude 7,3 abala Nordeste do Japão


in PÚBLICO - 07/12/2012 - 08:50 (actualizado às 11:19)


O abalo fez tremer os edifícios em Tóquio e foi lançado um alerta de tsunami, entretanto levantado
Não há registo de danos na central nuclear de Onagawa (Issei Kato/Reuters)



Um sismo de magnitude 7,3 na escala de Richter abalou o Nordeste do Japão nesta sexta-feira. Foi imediatamente emitido um alerta de tsunami, levantado duas horas depois. Há registo de vagas com um metro de altura numa cidade costeira.

Segundo a agência Reuters, o abalo, que ocorreu às 17h18 (8h18 em Lisboa), fez tremer os edifícios na capital Tóquio durante alguns minutos. Foi imediatamente lançado um alerta de tsunami para a costa da província de Miyagi – uma das mais atingidas pelo terramoto e maremoto a 11 de Março de 2011 – mas cerca de duas horas depois, às 10h20 em Lisboa, o alerta foi levantado.

A AFP avança que a vila de Ishinomaki, na zona costeira de Miyagi, foi atingida por uma primeira vaga às 18h02 (9h02 em Lisboa), com um metro de altura – muito menos do que os 10 a 11 metros registados em 2011. Ishinomaki foi a localidade mais atingida pelo tsunami de 2011, que provocou cerca de 20 mil mortos.

A Reuters dá conta de cinco feridos ligeiros na província de Miyagi, mas a estação de televisão japonesa NHK fala em nove pessoas que terão ficado feridas enquanto tentavam abandonar as suas casas.

“Estava no centro da cidade no exacto momento em que ocorreu o sismo. Entrei imediatamente no carro e comecei a fugir em direcção às montanhas. Ainda estou dentro do carro”, disse à Reuters um morador de Ishinomaki. E acrescentou: “Tenho o rádio ligado e nas notícias dizem que os carros ainda estão presos no trânsito. Tenciono ficar aqui nas próximas duas horas.”

A circulação ferroviária foi interrompida e foram encerradas as pistas do aeroporto de Sendai, capital da província de Miyagi, que ficou inundado na sequência do maremoto de 2011.

Centrais nucleares não foram atingidas

Segundo a informação disponível na página de Internet da Agência Meteorológica do Japão, o epicentro do sismo foi em Sanriku Oki, a 240 quilómetros da costa do Pacífico, na província de Miyagi, a cerca de dez quilómetros de profundidade e com magnitude 7,3.

Segundo o jornal online The Japan Times, a Tohoku Electric Power Co, empresa detentora da central nuclear de Onagawa, garantiu que não há registo de danos naquela unidade, que foi atingida pelo forte sismo de Março de 2011, de magnitude 8,9 na escala de Richter. O jornal, que cita a estação de televisão japonesa NHK, diz que não há danos em qualquer uma das centrais nucleares da região de Tohoku – entre elas está a central de Fukushima, que ficou devastada pelo tsunami de 2011, originando o maior desastre nuclear desde Chernobyl, em 1986.

De acordo com a BBC, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, cancelou a campanha para as eleições de 16 de Dezembro. É difícil telefonar para a província de Miyagi, uma vez que as linhas estão completamente ocupadas.

O alerta de tsunami indicava que as ondas podem ter até dois metros de altura e recomendava às populações que se afastassem das zonas costeiras. Na memória ainda está a catástrofe de Março de 2011, em que o terramoto seguido de tsunami devastou aldeias inteiras, desalojando e traumatizando milhares de pessoas, destruindo culturas e fábricas, deixando marcas difíceis – e caras – de apagar. Só o custo do acidente nuclear em Fukushima pode ascender a cerca de 100 mil milhões de euros.Além deste alerta, foram emitidos avisos para as zonas de Fukushima, Iwate, Ibaraki e Aomori, também já cancelados. O Departamento de Estudos Geológicos dos Estados Unidos registou três réplicas do sismo, com magnitude de 6,2, 5,5 e 4,7.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Contagem dos mortos do novo sismo em Itália atinge uma dezena






in PT Jornal (Autor: António Henriques - Terça-feira, 29 Maio 2012 11:51)


O sismo que fez tremer Itália na manhã de hoje provocou pelo menos 10 mortos, já confirmados. O tremor de terra, com epicentro na província de Modena, na região norte de Itália, atingiu uma magnitude 5.8 na escala de Richter.

Dez dias depois de um sismo em solo transalpino, que fez sete vítimas mortais, a Itália voltou a tremer, com um novo tremor de terra que já provocou 10 mortos, confirmados pelas autoridades.

De magnitude 5.8 na escala de Richter, este sismo teve epicentro na província de Modena, na região norte de Itália, às 9h00 de Itália (8h00 em Lisboa). De acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, após o sismo sentiram-se duas réplicas, às 11h50 locais.

Este sismo provocou o colapso de edifícios, numa região já devastada pelo tremor sentido há 10 dias. O sismo foi sentido em toda a zona norte de Itália, apesar de provocar danos no norte transalpino.

Das vítimas já contadas, três encontravam-se no interior de um edifício industrial, situado em San Felice Sul Panaro. Outros dois mortos também estavam em prédios, mas na província de Mirandola, sendo que todos os restantes estavam em residências próprias. Um padre morreu também, vítima do colapso de uma igreja situada na cidade de Carpi.

Itália ainda se tentava levantar do sismo da madrugada de há 10 dias, também na região norte, com 50 feridos, além dos sete mortos. O número de desalojados também impressionava: mais de 11 mil pessoas que passam as noites em automóveis e em residências de familiares.

O sismo foi sentido em diversas cidades italianas atingiu seis graus na escala Richter. O abalo de terra provocou o caos em diversas cidades e teve epicentro em Finale Emilia, localizada a 36 quilómetros de Bolonha.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Astronomia: Tempestade solar causa apagão de rádio

Atividade solar é a maior dos últimos seis anos Fotografia © Reuters
in DN Online (2012.03.05)

Uma mancha muito ativa está a preocupar os cientistas e nos próximos dias pode haver erupções capazes de prejudicar os equipamentos elétricos.

Uma violenta erupção solar está a causar apagões de rádio em vários países, nomeadamente na Austrália, China e Índia. Esta tempestade está ligada a uma mancha solar de grandes dimensões (1429) que se formou há alguns dias e cuja rotação a conduziu para o lado da superfície da estrela virada para o lado da Terra. A mancha deverá manter-se nas próximas horas e os cientistas esperam possíveis agravamentos da situação.

Para já, a atividade geomagnética produzida pela anterior erupção causou o apagão de rádio de nível 3, numa escala de 5. Na quarta e quinta, a Terra deverá ser atingida por uma ejeção de massa coronal capaz de produzir uma tempestade geomagnética de nível menor ou moderado.

As erupções solares são capazes de provocar perturbações na rede elétrica e nos equipamentos eletrónicos, podendo literalmente "fritar" os circuitos dos satélites em órbita. Teoricamente, é possível que uma tempestade forte (o que não parece ser o caso desta) cause uma rutura na rede elétrica das grandes cidades. Um apagão global poderia levar meses a resolver e teria o potencial para causar centenas de milhares de milhões de euros em prejuízos, talvez milhares de mortos.

Segundo um relatório publicado esta semana na revista científica Space Weather, a possibilidade de ocorrer um chamado "evento Carrington" até ao final da década é de 12%. A designação indica uma erupção solar gigantesca que ejectou enorme quantidade de massa coronal, fenómeno observado no final de Agosto de 1859 por um astrónomo chamado Richard Carrington. A tempestade solar deu origem a auroras boreais visíveis em toda a Europa. Era mesmo possível ler o jornal de noite. O fenómeno perturbou as comunicações da época, nomeadamente o telégrafo, mas o carácter primitivo destas tecnologias justificou o impacto limitado. O caso seria bem diferente com os equipamentos modernos.