domingo, 31 de maio de 2009

Lixeira


CM 31 Maio 2009 - 09h00
Impressão Digital (Francisco Moita Flores, Professor universitário)

As últimas sondagens revelam um aumento de votos brancos nas urnas do próximo acto eleitoral para as eleições europeias. Não bastava já a grande abstenção que se espera como, agora, cerca de 20% dos eleitores estão disponíveis para ir votar em branco. Dizendo de outra forma, 20% dos eleitores prepara-se para dizer não gostamos de nenhum de vocês, enquanto o valor da abstenção apenas pode expressar um clamoroso queremos que vocês se lixem!

Quem está a assistir ao desenrolar da campanha eleitoral percebe estes dois blocos de votação. A campanha transformou-se numa verdadeira estrumeira. Vital Moreira grita a Rangel que ninguém o cala. Rangel berra para Vital que ninguém o amordaça. Jerónimo de Sousa, com o descaramento habitual, passa o tempo a dizer que os outros partidos têm medo do PCP. Como se um ou dois deputados que elegem fosse o fim do medo do neoliberalismo. O Bloco de Esquerda mandou as europeias às urtigas e a única preocupação é ultrapassar o PCP. E finalmente o CDS, que embora também vá metendo as mãos no lixo de vez em quando tem um rasgo de lucidez e lá vai falando da política agrícola comum. Quanto ao resto do debate, o resultado a meio da campanha é: sobre a Europa nada; quanto a insultos, grande abundância. Uma vergonha. Esta gente está deliberadamente a destruir o sistema democrata. Há barbáries e insultos, há crítica sem sentido.

Não se ouve uma única palavra sobre a revisão do actual quadro de referência estratégica, não se ouve uma única palavra sobre as consequências do Tratado de Lisboa, não se ouve uma única palavra sobre os destinos de Portugal e a sua posição estratégica nesta Europa cada vez mais alargada, não se ouve uma única palavra sobre o que farão as empresas e os trabalhadores portugueses com a deslocalização económica para o leste da União Europeia, não se ouve uma única palavra sobre despoluição e qualidade das águas, não se ouve uma única palavra sobre a competitividade da cidadania. Absolutamente nada. Insultos, enxovalhos, a discussão em torno da imundície que é o BPN, o populismo em torno de outros casos judiciais, um falso moralismo de fariseus políticos que nos dizem ser candidatos europeus e se comportam como adolescentes zangados porque não são os donos da bola. Uma verdadeira lixeira. Mais uma ferida que sangra nesta democracia enxovalhada. Que Deus lhes perdoe, que cada vez há menos eleitores capazes de o fazer.

Obama cria gabinete contra ciber-ataques


(EUA já várias vezes se queixaram de ataques russos e chineses)
in Público 29.05.2009 - 16h15 João Pedro Pereira [Notícia actualizada às 17h22]

O presidente americano, Barack Obama, anunciou hoje a criação de um gabinete na Casa Branca dedicado a coordenar os esforços de protecção dos EUA contra ciber-ataques. A novidade surge numa altura em que também o Pentágono está preocupado com o assunto e tem planos para formar um comando militar dedicado à ciberguerra.

O novo gabinete na Casa Branca será chefiado por um ciber czar, mas a nomeação deste responsável ainda não está calendarizada. Contudo, alguns analistas, citados pela imprensa americana, já notaram que este cargo não está suficientemente alto na hierarquia da administração de Obama para conseguir uniformizar os esforços nesta área, que, por agora, estão ainda dispersos por vários organismos.

Obama admitiu que os EUA não estão suficientemente preparados para a eventualidade de uma ciber-guerra e sublinhou que os perigos do ciber-espaço são "reais".

A ideia de um ciber czar surge na sequência de um relatório encomendado por Obama pouco tempo depois de ter tomado posse e que analisou a capacidade de resposta dos EUA a ciber-ataques, bem como o grau de integração já existente entre os sectores público e privado.

Para além do anúncio público, a Casa Branca vai ainda emitir uma série de directivas secretas para orientar a actuação dos militares em caso de ciber-ataques.

Já a ideia do Pentágono de criar uma divisão dedicada à ciberguerra está ainda para ser discutida formalmente com o presidente Obama, avançou o New York Times. O jornal nota, contudo, que Obama deverá dar luz verde ao projecto.

Há muito que os EUA estão preocupados com os ciber-ataques de que têm sido alvo. E os especialistas já avisaram que, devido ao alto nível de informatização, este é um país particularmente vulnerável a este tipo de ofensivas.

Um ciber-ataque pode ir de casos relativamente simples (como desactivar ou alterar um site oficial do governo, com o objectivo de espalhar desinformação), até ofensivas mais complexas e de grandes repercussões: intrusões em redes de sistemas bancários ou da bolsa, de controlo de tráfego aéreo, da gestão de hospitais e de serviços públicos, como, por exemplo, o fornecimento de água e electricidade.

Este ano, os EUA revelaram que um atacante desconhecido conseguiu entrar no sistema informático responsável pela rede eléctrica, mas o ataque foi detectado e não teve consequências.

Os EUA queixam-se ainda de serem alvo frequente de ciber-ataques oriundos da China. Em Abril, acusaram a China de ciber-espionagem, mas o governo de Pequim, como sempre fez nestas situações, negou veementemente as acusações.

A preocupação não é nova e muitos países têm dedicado nos últimos anos atenção à possibilidade de ciberguerra. Mas a atenção mediática para esta questão disparou em 2007, quando a Rússia foi acusada de atacar os servidores da Estónia (um país com uma forte dependência da Internet), colocando fora de operação sites governamentais, sites de bancos e de jornais.

O governo russo – que, um ano depois, foi acusado de fazer o mesmo na Geórgia – descartou responsabilidades e atribuiu a culpa a piratas informáticos, a agir por conta própria e fora da alçada governamental.

Esta justificação russa é semelhante à que as autoridades chinesas muitas vezes apresentam – mas muitos especialistas defendem que, mesmo não havendo vínculos formais, os grupos de piratas são, senão encorajados, pelo menos tolerados por parte dos governos destes países.

sábado, 30 de maio de 2009

Manifesto Editorial



(EM ELABORAÇÃO)

Não prometemos ser breves.

Aliás: não prometemos nada!

Em ano de eleições, deixamos as promessas para os políticos...