quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Farmacêuticas subtraem milhares de milhões aos estados


in Avante! Nº 1886 (21.Janeiro.2010)


A maquinação gripal: Negócio escuro foi encoberto com um chorrilho de falsidades

Um grupo de 14 parlamentares do Conselho da Europa acusa os monopólios farmacêuticos de terem influenciado quadros científicos e as autoridades de saúde com o fim de aconselharem os governos a promover programas de vacinação «ineficazes».

O tema vai ser debatido na próxima sessão da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, que terá lugar entre os dias 25 e 29 deste mês. A iniciativa partiu do deputado alemão Wolfgang Wodarg, médico e epidemiologista, antigo membro do Partido Social-Democrata, e presidente da comissão de Saúde do Conselho da Europa.

No seu país, Wodarg foi uma das poucas vozes que se ergueram no Bundestag para alertar para os perigos para a saúde de uma das vacinas contra a Gripe A. Os seus argumentos levaram o governo germânico a rescindir o contrato com a multinacional fornecedora, e a vacina Optaflu, produzida pela Novartis, não foi administrada na Alemanha por falta de garantia total de inocuidade.

No Conselho da Europa, a exposição de Wodarg revelou-se suficientemente fundamentada para convencer os membros da Comissão de Saúde a aprovar, por unanimidade, a abertura de uma investigação sobre o papel das farmacêuticas, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e dos estados na gestão da Gripe A.

Na proposta de recomendação que os parlamentares irão discutir, os 14 subscritores de vários grupos políticos (socialistas, populares e liberais) apontam o dedo aos grupos farmacêuticos, cuja influência «incitou ao desperdício de recursos – já pouco abundantes – destinados aos cuidados de saúde a favor de estratégias de vacinação ineficazes, expondo assim inutilmente milhões de pessoas de boa saúde ao risco de efeitos secundários não conhecidos de vacinas que não foram suficientemente testadas».

O documento faz ainda referência «às campanhas da “gripe aviária” (2005/06) e a seguir da “gripe porcina”», as quais terão «causado numerosos danos, não somente a certos pacientes vacinados e aos orçamentos de saúde pública, mas também à credibilidade e responsabilidade de importantes agências sanitárias internacionais.»

Por último, os subscritores salientam que «a preocupação de definir uma pandemia alarmante não deve estar sujeita à influência de comerciantes de medicamentos», e recomendam a abertura de investigações nacionais e ao nível europeu.

A origem do pânico

Wolfgang Wodarg não nega a existência da chamada «Gripe A», mas sublinha que, tratando-se as gripes de ocorrências sazonais normais, nada justifica do ponto de vista científico toda a campanha alarmista artificialmente criada em torno deste caso.

Em entrevista ao jornal L’Humanité (7.01), o deputado alemão afirma que as suas suspeitas começaram precisamente com a súbita declaração de epidemia pela OMS: «Os números eram muito baixos e o nível de alerta muito elevado. Ainda não havia mil doentes e já se falava da pandemia do século». E a alegação de que se tratava de um vírus novo também não era convincente, já que isso é uma característica das gripes: «Todos os anos aparece um novo tipo “gripal”».

Mas como é que a OMS pôde declarar uma falsa pandemia? Simplesmente alterando a definição de pandemia que vigorou nos seus critérios até Abril de 2009. Ou seja, como explica Wodarg, «antes desta data era preciso não só que a doença eclodisse em vários países ao mesmo tempo mas também que tivesse consequências muito graves, com um número de casos mortais acima da média habitual. Este último aspecto foi eliminado na nova definição de forma a considerar-se apenas o critério do ritmo da difusão da doença».

De facto, segundo o critério anteriormente vigente, a «Gripe A» nunca poderia ser declarada como pandemia uma vez que desde o início se observou um índice de mortalidade muito abaixo do normal. Ou seja, se uma «banal» gripe sazonal provoca normalmente entre 300 mil e 500 mil vítimas em todo o mundo, o diabolizado H1/N1 foi responsável até ao momento por 13 mil mortes no planeta. Como também é normal nas gripes, os casos fatais atingem praticamente em exclusivo grupos de risco, isto é, indivíduos que já anteriormente tinham a saúde fragilizada.

Face aos dados disponíveis, há mesmo quem considere esta epidemia como uma das mais benignas que se conhecem desde que a medicina moderna regista as ondas gripais.

Sem nunca ter explicado as razões da mudança do critério, a OMS teve outras atitudes suspeitas no entender Wodarg: «Por exemplo, a recomendação da OMS de administrar duas injecções de vacinas. Nunca tal aconteceu. Não havia nenhuma justificação científica para isso. Também houve a recomendação de utilizar somente vacinas patenteadas. E no entanto não havia nenhuma razão que impedisse de acrescentar, como se faz todos os anos, certas partículas antivirais específicas deste novo vírus H1N1, “completando” as vacinas utilizadas na gripe sazonal».

As malhas de um negócio

As campanhas planetárias de intoxicação da opinião pública não são novidade para ninguém. Diariamente os órgãos de comunicação bombardeiam-nos com visões catastrofistas do presente e do futuro imediato, parecendo tudo servir para criar o pânico e alimentar um clima permanente de ansiedade e de medo. Essas momentosas campanhas surgem e desaparecem quase sem deixar rasto, e sem que nunca venha a público um balanço sério do que de facto aconteceu ou apuradas responsabilidades pelo fomento do pânico.

Um desses casos foi o da chamada «gripe aviária», descoberta por um reputado «caçador de vírus» holandês, Albert Osterhaus, hoje alvo de acusações no seu país de favorecimento de interesses comerciais, e que é um dos membros do grupo de especialistas conselheiros da OMS designado SAGE (Strategic Advisory Group of Experts).

Para além de virólogo, Osterhaus revelou-se também um criador de mitos, prevendo logo em 2003 a propagação mundial, via excrementos de aves migratórias, do alegadamente mortífero vírus H5N1. Só que em 2006, depois de terem sido destruídos milhões de frangos em vários países, Osterhaus e os seus colegas foram obrigados a reconhecer que em nenhuma das 100 mil amostras fecais recolhidas foi encontrada a menor prova do vírus. E para além da morte de um veterinário holandês, que terá sido provocada pelo H5N1, segundo garantiu o próprio virólogo, não se registou nenhuma outra morte humana. (ver artigo de William Engdahl em odiario.info, de 05.01).

Contudo, a encenação de Osterhaus não foi em vão. A pandemia aviária não se confirmou, mas a histeria criada à sua volta foi bem real, o que permitiu uma intensiva sensibilização dos governos e organismos públicos para a necessidade de ter as coisas preparadas no caso de uma tal eventualidade ocorrer, tanto mais que as políticas reaccionárias seguidas nas últimas décadas no domínio da saúde e da investigação privaram os sistemas públicos dos meios necessários para fazer face a uma situação de emergência.

É então que se definem novos planos internacionais de combate a uma pandemia, os quais visam sobretudo assegurar o fabrico rápido de vacinas em caso de alerta, e pressupõem, portanto, uma negociação directa entre os estados e as multinacionais do medicamento. Estas comprometem-se a fornecer uma resposta pronta, em troca os estados garantem-lhes que comprarão os seus preparados.

Este vantajoso «acordo» para a indústria farmacêutica poderia render-lhe milhares de milhões caso fosse declarada uma pandemia. Chamaram-lhe gripe A…

Ménage à trois


in Avante! Nº 1886 (21.Janeiro.2010, Anabela Fino)


O FMI, Bruxelas, a OCDE e as agências de 'rating', entre muitos outros, estão à espera – ou dizem estar, para o caso tanto dá – do Orçamento do Estado (OE) que o Governo Sócrates II está a cozinhar numa ménage à trois com o CDS e o PSD. A dar crédito às notícias diariamente fornecidas pela imprensa da especialidade, pelos órgãos generalistas e pelos especialistas que nestas alturas parecem saltar de debaixo das pedras para se pronunciar sobre o assunto tal a fartura de comentários a que vimos assistindo, a dar crédito a tais notícias, dizíamos, o mundo está suspenso do nosso OE para determinar se Portugal é ou não um país credível, pelo menos no que a 2010 diz respeito. É mesmo de admitir, embora não se saiba de ciência certa, que o adiamento da escolha do vice-presidente do Banco Central Europeu (a que Vítor Constâncio é candidato, recorda-se) para 15 de Fevereiro se deva justamente a tão candente questão.

Tirando Manuel Alegre, que vive obcecado por Belém, não há cão nem gato (sem desprimor para os bichanos) que não se pronuncie sobre o assunto. E o mais curioso é que apesar de tamanha polifonia se regista uma interessante sintonia nas «abébias» que vão dando: ele é a crise, ele é o défice, ele é a imprescindível contenção nas despesas, ele é o congelamento dos salários e das pensões... Os avisos à navegação não podiam ser mais explícitos: esta semana, na televisão pública, António Vitorino afirmava que este vai ser um OE de «más notícias» e sem «margem para contemplar reivindicações»; uns dias antes, num canal da concorrência, um especialista muito especialista lembrava o «exemplo» da Irlanda, que cortou 10 por cento nos salários dos funcionários públicos, coisa que em Portugal não se coloca para já, embora outros especialistas não se coíbam de defender o congelamento, até porque, como dizia Pedro Curto ao Diário Económico de dia 19, «já resta muito pouca coisa para resolver do lado da despesa».

Os portugueses, que por motivos óbvios são os mais directamente interessados no assunto, a esta hora já perceberam o recado. Por maior que seja o ruído de fundo, por mais diatribes que PS, PSD ou CDS inventem para distrair as atenções, o resultado está feito. Vem aí mais do mesmo.

Alemanha e França apoiam Constâncio para vice-presidência do BCE


A Bola (11:34 - 21-01-2010)

As hipóteses de o actual governador do Banco de Portugal (BdP), Vítor Constâncio, vir a ser o próximo vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) são cada vez maiores, com o nome do português a recolher elogios em Berlim e Paris.

Responsáveis alemães citados na edição desta quinta-feira do Financial Times, confessam que o nome de Constâncio está recolher cada vez mais apoios nos países da zona euro.

Em França, a candidatura de Constâncio também é vista com bons olhos: «É um candidato que valorizamos muito», revelou fonte de Paris ao mesmo jornal.

Parte dos apoios granjeados por Constâncio explicam-se pela lógica de equilíbrios entre os blocos Norte e Sul da União Europeia – caso o governador do BdP garantisse a vice-presidência do BCE, ganharia força a possibilidade de a presidência daquele organismo vir a ser ocupada por uma personalidade designada pelos países do Norte da Europa.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

3 milhões de pessoas afectadas no sismo do Haiti













Milhares podem ter morrido / As primeiras informações apontavam para um grau muito significativo de destruição

in Público, Última Hora (13-01-2010 - 08:25 Por Rita Siza, Washington - Notícia actualizada às 12h42)

Poderá demorar vários dias até se conhecer o número exacto de vítimas do violento terramoto que devastou a capital do Haiti, Port au Prince. Segundo a Cruz Vermelha Internacional, 3 milhões de pessoas foram afectadas - isso é um terço da população. Milhares podem ter morrido.Reuters TV


Estima-se que centenas de pessoas possam estar soterradas nos escombros, fala-se em muitas mais centenas de feridos e sabe-se que milhares ficaram desalojados na sequência do abalo, que durou quase um minuto e registou uma magnitude de 7,0 na escala de Richter. Três horas depois do primeiro tremor, às 4h53 da tarde de ontem, terça-feira (21h53 hora de Lisboa), já se tinham seguido mais de dez réplicas, a mais forte das quais com uma intensidade de 5,9.

Uma gigantesca operação de emergência está a ser montada, com recursos a chegarem dos Estados Unidos e de outros países sul-americanos. Organizações de assistência como a Cruz Vermelha disponibilizaram já centenas de milhares de dólares em ajuda, e múltiplas organizações humanitárias preparam-se para partir para o empobrecido país das Caraíbas. Apesar de ontem ser impossível perceber o real estado em que se encontra Port au Prince, era claro que o Haiti não tinha capacidade para lidar com semelhante calamidade.

O embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Raymond Alcide Joseph, classificou a situação como uma “catástrofe de gigantescas proporções”. As primeiras informações apontavam para um grau muito significativo de destruição, com estradas cortadas, pontes partidas e milhares de edifícios em ruínas. O terramoto, com epicentro a cerca de 15 quilómetros de Port au Prince, deixou a cidade coberta por uma densa poeira durante horas. A capital ficou sem electricidade e sem telecomunicações; as ruas encheram-se de pessoas em fuga dos edifícios que colapsavam como castelos de areia. “Começou tudo a tremer, as pessoas gritavam, as casas começaram a cair, foi o caos total”, relatou o correspondente da Reuters, Joseph Guyler Delva. “Vi várias pessoas mortas, e muita gente enterrada debaixo de escombros. As pessoas gritavam ‘Jesus, Jesus’ e corriam em todas as direcções”, prosseguiu.

Segundo as estimativas do US Geological Survey, cerca de três milhões de pessoas poderão ter sido afectadas pelo tremor de terra. “O sismo ocorreu em terra e não no mar, o que quer dizer que houve uma vasta população directamente exposta ao abalo do terramoto, cuja falha foi relativamente superficial”, explicou o geólogo Mike Blanfield. Além do epicentro se ter localizado numa área urbana densamente populada, as várias réplicas, de grande intensidade, eram capazes de ter destruído os edifícios que tivessem resistido ao primeiro abalo.

De acordo com a Associated Press, um dos edifícios que desabou foi um hospital em Petionville, um subúrbio de Port au Prince. Várias casas desfizeram-se por uma ravina abaixo no mesmo bairro. Testemunhas oculares davam conta de milhares de pessoas feridas, perdidas pelas ruas, e também de muitos mortos. Também relatavam os esforços para retirar pessoas dos escombros – de escolas, supermercados, igrejas, prédios. O embaixador do Haiti em Washington referiu danos sérios no Palácio Presidencial, bem como em ministérios e outros edifícios governamentais. O Presidente René Préval encontra-se bem, adiantou o diplomata.

Pela noite e madrugada, era impossível perceber até que ponto as autoridades locais foram capazes de responder à situação – vários relatos diziam não haver ambulâncias, carros de polícia, de bombeiros ou escavadoras. Um desafio imediato para a assistência internacional era chegar ao país: todos os voos foram cancelados e o aeroporto fechado. Não tinha ainda sido determinado se a pista estaria em condições de receber os aviões de carga que estavam a ser preparados com ajuda de emergência.

O Haiti é o país mais pobre do hemisfério ocidental: 80 por cento da população vive abaixo do limiar da pobreza, com acesso a menos de dois dólares por dia. A capital, que no início dos anos 50 contava com 250 mil habitantes, actualmente alberga entre dois a três milhões de pessoas, agrupadas em imensos bairros de lata. Outros seis milhões estão dispersos pelo resto do país, sobrevivendo sobretudo de uma pobre agricultura de subsistência. Uma severa deflorestação deixou o Haiti com apenas dois por cento do seu coberto vegetal.

Uma força internacional de manutenção de paz, ao serviço da Organização das Nações Unidas, permanece no país desde o golpe que levou à expulsão do Presidente Jean-Bertrand Aristide, em 2004 . O grosso do contingente militar, de 7000 efectivos, é assegurado pelo Brasil, país que representa o Haiti junto das instituições internacionais. Além dos capacetes azuis, servem no Haiti 2000 polícias enviados por outros países – ontem, a missão da ONU não respondia a contactos do exterior. Uma porta voz em Nova Iorque adiantou que o quartel-general da missão tinha colapsado e que o paradeiro de grande parte do pessoal era desconhecido. “Estamos a tentar falar com os nossos funcionários no terreno, mas debatemo-nos com os problemas de comunicação que são usuais em situações de desastre como esta”, referiu Stephanie Bunker.

Falando com a CNN via Skype, a cerca de 100 quilómetros da capital Port au Prince, Gregory Van Schoyck, ligado a uma organização humanitária cristã, descreveu o isolamento completo em que não só a capital mas também o resto do país caiu na sequência do terramoto: “Não há notícias, não há luz nem telefones, não se pode circular para lado nenhum. Aqui a terra estremeceu, mas os danos são reduzidos. Mas não sabemos nada do que se passa em Port au Prince, a população está muito assustada e preocupada”, contou.

O Departamento de Estado norte-americano accionou um “plano de resposta a desastre”, e admitiu que a situação prenunciava uma “séria perda de vidas”. O Presidente Barack Obama manifestou a sua solidariedade com todos aqueles afectados pelo terramoto e prometeu “toda a ajuda necessária” para as operações de rescaldo – apoio humanitário e assistência civil e militar, que estava já a ser avaliada. A ONU, o Banco Mundial e outras organizações internacionais lançaram apelos para a colaboração dos países nas operações de salvamento e no trabalho de reconstrução do país.

O Haiti é ciclicamente assolado por desastres naturais. A capital Port au Prince foi parcialmente afectada por um sismo de magnitude 6,7 em 1984. Em 2004, mais de três mil pessoas morreram na sequência do furacão Jeanne, que dizimou a cidade de Gonaives, no noroeste do país. Quatro anos mais tarde, a mesma cidade foi novamente devastada por quatro sistemas tropicais. Desde 2008, os furacões Gustav, Hanna e Ike mataram 800 pessoas e causaram prejuízos avaliados em mil milhões de dólares.

O sismo de terça-feira foi igualmente sentido na vizinha República Dominicana, levando a população de Santo Domingo para a rua em pânico. O leste da ilha de Cuba também tremeu, e as povoações costeiras, bem como a cidade de Santiago foram evacuadas por precaução, mas não se registaram danos.

Site oferece prova de que cientista iraniano assassinado apoiava oposição




in Globo.com (da EFE 13-01-2010 - 08h28 - Atualizado em 13-01-2010 às 08h25)

Teerão, 13 jan (EFE, editada) - O cientista Masoud Alimohammadi, assassinado num atentado à bomba na terça-feira em Teerão, tinha assinado uma carta de protesto na qual denunciava a presença de milicias islâmicas Basij na universidade, afirma hoje o site "Jaras", administrado pela oposição.

Segundo este site, que publica a citada carta, a assinatura de Alimohammadi aparece junto às de outros 20 docentes e foi dirigida ao reitor da Universidade de Teerão, Farhad Rahbar, em 15 de junho.

"Apesar das informações subjetivas da imprensa, especialmente da agência 'Fars', que tenta mostrar que o professor assassinado apoiava o Governo de Mahmoud Ahmadinejad, existe um novo documento que mostra o contrário com mais segurança ainda", afirma o site.

Em seguida, o site publica a citada carta, que, especificamente, faz referência à presença de milicias à paisana, de noite, nas residências universitárias.

Desde que soube da morte de Alimohammadi, vítima de um atentado, a posição política do professor foi alvo de controvérsia e contradições.

Enquanto o regime afirmou que era um cientista "comprometido" com a Revolução, a oposição afirma que apoiava o reformismo e o movimento de abertura liderado pelo ex-primeiro-ministro Mir Hussein Moussavi.

Ahmad Shirzad, catedrático e amigo do investigador assassinado, apoiou esta última teoria.

No site "Sepidran", Shirzad afirmou que Alimohammadi era partidário de Moussavi e inclusive tinha participado da grande manifestação de protesto contra os resultados das eleições presidenciais em 15 de junho.

O regime iraniano acusou a CIA (agência de inteligência americana) e o Mossad (serviços secretos de Israel) de terem cometido o atentado, com a ajuda de grupos iranianos de oposição no exílio que Teerão considera terroristas.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Equipas mistas estão 'na gaveta'


in DN Online (12-01-2010)
Ministério Público avançou com suspeita de ligações dos dois bascos detidos em Portugal ao grupo separatista.

Dois anos depois da assinatura de um memorando de entendimento, Portugal e Espanha ainda não criaram qualquer tipo de equipa mista para a investigação do terrorismo, sobretudo para casos ligados às actividades da ETA. O documento previa a constituição de uma equipa liderada por magistrados, auxiliados por elementos das forças policiais. O ministério da Justiça remeteu os esclarecimentos para a Procuradoria-Geral da República. Esta entidade não respondeu à solicitação do DN.

A criação de equipas de investigação luso-espanholas para a investigação ao terrorismo voltou, novamente, à agenda depois de as autoridades espanholas terem admitido, ontem, que os dois suspostos etarras detidos em Portugal, Garikoitz García Arrieta e Iratxe Yáñez Ortiz de Barron, poderiam estar a procurar um local para o estabelecimento de uma base etarra em solo nacional. Interrogados pelo juiz Carlos Alexandre, ambos ficaram em prisão preventiva.

Um interrogatório que teve, como representante do Ministério Público, o procurador Vítor Magalhães (o mesmo que investiga o caso Freeport). De acordo com informações recolhidas pelo DN, o magistrado, além dos crimes de furto, posse de documentos falsos e desobediência, avançou com a acusação de ligação a organização terrorista aos dois detidos (crime previsto na Lei 53/2003, um diploma relacionado especificamente com o combate ao terrorismo.

Entretanto, o juiz da Audiência Nacional Fernando Grande Marlaska assinou, no domingo à noite, os mandados de detenção europeus (ver texto nesta página) contra os dois presumíveis etarras Garikoitz Garcia Arrieta e Iratxe Yañez Ortiz de Barron, detidos no sábado à noite em Portugal. O pedido de extradição vai correr no Tribunal da Relação de Lisboa e não no TCIC.

As forças de segurança espanholas continuam a investigar quais os objectivos da ETA relativamente a Portugal. Actualmente, há duas hipóteses: ou o grupo terrorista pretenderia montar uma pequena fábrica em território português ou então numa localidade fronteiriça do lado de Espanha, como por exemplo Bermillo de Sayago (Zamora) em que foram primeiro interceptados pela Guardia Civil.

Para as autoridades espanholas, o material encontrado dentro da furgoneta conduzida por Garikoitz Garcia é mais do que suficiente para a criação de uma base a partir da qual a ETA poderia sustentar vários atentados. Os 10 quilos de pentrita encontrados no veículo servem para fabricar 500 quilos de explosivos.

Terrorismo: Tese de criação de base da ETA em Portugal ganha força


in Sol Online (Lusa / SOL, 12-01-2010)



O material encontrado na carrinha interceptada pela Guarda Civil espanhola no sábado, em Zamora, indicia que a ETA pode já ter alguma base logística em Portugal que pretenderia reforçar, segundo detalhes avançados pela imprensa basca.

A Vasco Press, agência de notícias do País Basco, cita responsáveis das forças de segurança espanholas que detalharam os conteúdos da carrinha interceptada num controlo policial junto da fronteira.

O condutor da carrinha, Garikoitz García Arrieta, e uma segunda suspeita, Iratxe Yáñez Ortiz de Barron, que viajava noutro carro, conseguiram fugir para Portugal, onde foram detidos e onde foram sujeitos à medida de coacção de prisão preventiva.

Responsáveis policiais espanhóis sugerem mesmo que a organização separatista basca ETA pode já ter algum tipo de infra-estrutura em Portugal e que era para aí que se dirigiam os dois detidos.

«As investigações, que se desenvolvem em colaboração com as autoridades portuguesas, pretendem localizar o ponto de destino dos terroristas», refere a agência.

«O exame do material que os etarras transportavam na carrinha levou os investigadores à conclusão de que a ETA pretendia instalar um local de fabrico de bombas em território português», sublinha. Isso implicaria transferir parte do aparato logístico que tem funcionado desde França e que nos últimos meses tem sido alvo de intensas operações policiais, que resultaram na descoberta de vários esconderijos da ETA.

Para reforçar esta teoria, as forças de segurança realçam que Yáñez Ortiz de Barron transportava consigo cerca de 10 mil euros em dinheiro, o que equivale ao orçamento mensal do «aparato logístico da ETA».

O objectivo, segundo os investigadores, seria estabelecer uma instalação logística capaz de se manter durante algum tempo.

Além dos 10 quilos de explosivos, a carrinha transportava também diverso material electrónico normalmente usado pela ETA para o fabrico das suas bombas.

Entre este material contam-se 50 relógios, usados como temporizadores, e 25 temporizadores já preparados; 30 sensores anti-movimento que são usados em 'bombas lapa', normalmente aplicadas em veículos; e várias ampolas de mercúrio, também usadas no fabrico das bombas.

Seguiam também na carrinha 200 conectores de 9 volts, 200 circuitos eléctricos e 200 placas de matrículas virgens de Portugal, Espanha e França que poderiam depois ser usadas com carros roubados ou alugados.

A carrinha transportava ainda três botijas de gás de pressão, com uma capacidade de 84 litros cada, de cor verde e origem francesa, normalmente usadas pela ETA para 'bombas canhão'.

Para as usarem, os etarras cortam a parte superior das botijas e enchem-na de explosivos, dirigindo assim a detonação e a onda expansiva pela abertura do tubo, como se se tratasse de um canhão, o que aumenta o seu poder destrutivo.

Uma das botijas já estava cortada.

sábado, 2 de janeiro de 2010

CGTP quer que PR diga quem são os responsáveis pelo estado do país


in A Bola (12:32, 02-01-2010)

O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, considerou que a mensagem de Ano Novo de Cavaco Silva teve o mérito de diagnosticar correctamente os problemas do país, mas pecou ao não se referir às «causas e aos responsáveis dos problemas».

«O Presidente da República fala dos problemas mas não fala das suas causas. A crise não é crise para todos nem chegámos aqui por acaso. Ou seja, há práticas que vão desde uma distribuição injusta da riqueza até às práticas dos grandes grupos económicos, de gente que tem utilizado mecanismos para a acumulação de lucros, destruindo empregos e actividades produtivas. Isto não esteve no discurso do Presidente», afirmou Carvalho da Silva em declarações à TSF.