sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Portugal vai pagar €34.400 milhões de juros à troika


in Expresso Online (com LUSA - Sexta feira, 25 de novembro de 2011 - 7:00)

Total do crédito oferecido a Portugal no âmbito do resgate financeiro é de €78 mil milhões, mas só em juros vamos pagar quase metade.

Portugal vai pagar um total de €34.400 milhões em juros pelos empréstimos do programa de ajuda da troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), segundo dados do Governo.

Este valor foi apresentado pelo Ministério das Finanças em resposta a uma questão de Honório Novo, deputado do PCP.

O total do crédito oferecido a Portugal no âmbito do programa de assistência da "troika" é €78 mil milhões.

Durante o debate parlamentar do Orçamento Retificativo para 2011, no final de outubro, o deputado comunista pelo Porto perguntou: "Quanto é que serão os juros globais desta ajuda? Quanto é que Portugal pagará só em juros para nos levarem pelo mesmo caminho que a Grécia, ao empobrecimento generalizado do país?".

A resposta do Ministério das Finanças, €34.400 milhões, corresponde ao valor total a pagar ao longo do prazo dos empréstimos.

€12 mil milhões são para a recapitalização da banca

Isto presumindo que Portugal recorre integralmente ao crédito disponível. Ou seja, que "é utilizado na totalidade" o montante destinado às empresas do sector financeiro - os €12 mil milhões reservados para a recapitalização da banca.

Na resposta do Ministério das Finanças a Honório Novo nota-se ainda que as condições dos empréstimos concedidos por instituições europeias são bastante mais favoráveis que as dos créditos do FMI.

Os empréstimos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) ou do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) têm uma maturidade (duração) média de 12 anos, a uma taxa de juro média de 4%.

Já os empréstimos do Fundo têm uma maturidade média de sete anos e três meses, e uma taxa de juro média de 5% - mas neste caso "a taxa de juro é variável, à qual acresce um spread [diferencial] que depende do montante em dívida e pode chegar a perto de 400 [pontos base] depois dos três primeiros anos", lê-se no documento das Finanças.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Aumenta para 366 o número de mortos no sismo na Turquia

O forte sismo que se fez sentir, domingo, na província oriental de Van, na Turquia, poderá ter causado entre 500 e 1.000 mortos. Mas também há notícias de salvamentos.



















in Visão Online, com LUSA (Terça feira, 25 de Out de 2011 - 10:03)

O terramoto de magnitude 7,2 que atingiu o leste da Turquia no domingo matou, pelo menos, 366 pessoas, informaram, esta terça-feira, as autoridades locais. Cerca de 1.300 pessoas ficaram feridas, e ainda há um número não conhecido de desaparecidos.

As equipas de socorro continuam esta segunda feira a trabalhar sem descanso para encontrarem sobreviventes do sismo

As equipas de socorros conseguiram, na segunda feira, retirar uma adolescente de 16 anos, Hilal, das ruínas da sua casa em Ercis, uma cidade de cerca de 75.000 habitantes e que sofreu mais danos na zona afetada.

O epicentro do sismo, que se fez sentir às 10:41 TMG (11:41 de domingo em Lisboa), foi registado a 19 quilómetros a nordeste da província de Van e a uma profundidade de 7,2 quilómetros, de acordo com o Instituto de Geofísica norte-americano.

A maioria das vitimas já confirmadas morreu na cidade de Ercis, a mais atingida pelo sismo que abalou a Turquia este domingo.

O responsável do instituto sismológico de Kandili, Mustafa Gedik, deu uma conferência de imprensa em Istambul, onde afirmou que este foi um "forte sismo" e estimou que este "pode causar entre 500 e 1.000 mortos".

Lusa - Esta notícia foi escrita nos termos do Acordo Ortográfico

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Secretas: CNPD arquiva processo relativo à TMN


in Expresso Online (Segunda feira, 26 de setembro de 2011 - 20:00)

A Comissão Nacional de Proteção de Dados arquivou o processo contra a TMN por entender que a empresa de telecomunicações não violou a proteção dos dados pessoais do jornalista Nuno Simas.

Arquive-se. Numa deliberação hoje publicada no seu site, a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) considera "não se ter verificado qualquer violação da proteção dos dados pessoais do jornalista Nuno Simas", por parte da TMN, pelo que decidiu arquivar o processo contra essa empresa de telecomunicações.

A CNPD justifica a sua decisão alegando ainda que não foi efetuado "qualquer acesso aos dados associados ao número de telefone do jornalista Nuno Simas, no período entre julho e setembro de 2010". Na altura, o jornalista, que é atualmente diretor-adjunto de Informação da agência Lusa, trabalhava no "Público".

A deliberação da CNPD será entregue à Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

Prazos de conservação dos dados são curtos

A averiguação da CNPD surgiu após o caso ter sido noticiado pelo Expresso, a 27 de agosto, com o título "SIED (Serviço de Informações Estratégicas de Defesa]) espiou telemóvel de jornalista do Público".

Segundo o Expresso, os dados de tráfego das comunicações telefónicas do jornalista Nuno Simas, no período entre 19 de julho a 12 de agosto de 2010, teriam sido alegadamente acedidos de forma ilegal.

A investigação permitiu à CNPD confirmar que "nenhuma das comunicações constantes dessa listagem foi realizada a partir do número de telefone da rede TMN, do qual o jornalista Nuno Simas é assinante".

Porém, sublinha o texto, "atendendo a que os prazos de conservação dos dados de tráfego não são longos (seis meses e um ano) não teria sido possível à CNPD verificar os eventuais acessos aos dados do jornalista Nuno Simas, pois o período a que se reportam os acontecimentos noticiados é superior a um ano".

Entretanto, na edição do passado sábado, o Expresso noticiou que a Polícia Judiciária já tinha descoberto a "toupeira" da Optimus, outra operadora de telemóveis, acrescentando que um funcionário da operadora no Porto "já foi constituído arguido".

CNPD: medidas de segurança da TMN são "adequadas"

No entanto, a Comissão considera que, das verificações feitas às bases de dados que contêm dados de tráfego, tais como o número chamado, a data e hora do início da comunicação e a sua duração, foi possível certificar-se que "não tinha ocorrido qualquer acesso, legítimo ou ilegítimo, aos dados de tráfego do jornalista Nuno Simas, tratados pela TMN, no período de julho a setembro de 2010".

Assim, conclui a CNPD, não houve qualquer acesso aos dados e, subsequentemente, "não houve qualquer visualização, alteração, cópia, extração ou qualquer outra operação que permitisse que dados de tráfego do jornalista estivessem na posse de terceiros".

A Comissão pôde ainda verificar que "os telefonemas e SMS listados não foram feitos a partir do número de telefone da rede TMN, de que é assinante o jornalista Nuno Simas".

A CNPD considerou "adequadas" as medidas de segurança da operadora, de modo a proteger e respeitar os direitos, liberdades e garantias dos titulares dos dados.

Concluiu também existir "um especial cuidado em restringir o acesso a dados de tráfego, limitando-se o número de utilizadores", sendo considerada uma boa prática a máscara aplicada aos últimos cinco dígitos do número chamado, o que inviabiliza o acesso à informação mais sensível constante dos dados de tráfego.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

À espera do fim do mundo

in CM Online (12 Junho 2011)

Armas secretas, castigos divinos e conspirações internacionais alimentam teorias sobre o fim do planeta














O que têm em comum a tempestade de granizo que fustigou Lisboa em Abril deste ano, o grande sismo e tsunami que devastaram a costa japonesa em Março ou a estranha vaga de pássaros mortos que se verificou em várias partes da América no início do ano? Para muitos cibernautas de todo o Mundo, a resposta tem cinco letras: HAARP. Em inglês, esta é a sigla de High Frequency Active Auroral Research Program (Programa de Pesquisa de Actividade Aural de Alta Frequência, numa tradução livre).

Oficialmente, trata-se de um programa iniciado nos anos 90 pelas Forças Armadas americanas para o desenvolvimentos das comunicações através da ionosfera, a camada mais elevada da atmosfera do Planeta. A partir de uma base no Alasca, os americanos usam emissões de grande potência para comunicar com submarinos e aviões, mas os detractores do projecto dizem que se trata de uma arma capaz de provocar as mais terríveis catástrofes naturais.

CONTESTAÇÃO POLÍTICA

A especulação sobre os poderes malévolos do projecto HAARP não se alimenta apenas de fontes anónimas da internet: Em Janeiro de 2010, pouco depois de o Haiti ter sido arrasado por um sismo, o presidente venezuelano Hugo Chávez declarou que a catástrofe tinha sido "um claro resultado de um teste da marinha norte-americana", referindo "um terramoto experimental dos EUA". No caso do sismo do Japão, também não faltam advogados da causa de que o desastre natural foi provocado pelo HAARP, e até em relação à tempestade de granizo que se abateu sobre a região de Lisboa no final de Abril há quem associe o estranho fenómeno natural ao ‘sinistro' projecto americano.

Mas o HAARP é apenas uma das pontas de um gigantesco icebergue de teorias catastróficas. A internet é o vespeiro ideal onde se multiplicam cenários do fim dos tempos, incluindo o uso de poderosas armas secretas capazes de devastar o Planeta e manipular as consciências.

FIM DO MUNDO ADIADO

Há dias, o veterano radialista americano Harold Camping, de 89 anos, saltou para as notícias com a sua previsão de que o Mundo iria acabar a 21 de Maio. Harold, líder de um movimento cristão, gastou quase toda a sua fortuna pessoal (estimada em muitos milhões de dólares) a divulgar o acontecimento, e ficou destroçado quando acordou, vivo e de boa saúde, na manhã do dia 22. Desorientado, faltaram-lhe palavras para se dirigir àqueles que, como ele, se tinham livrado dos bens materiais para serem abençoados no dia do Juízo Final: "Não estamos no ramo de dar conselhos financeiros. A nossa missão é dizer às pessoas que há alguém com quem se pode falar, e esse alguém é Deus", disse o ‘visionário' à BBC. Apesar de considerar ter cometido "um erro terrível", Harold preconiza uma nova data para a segunda vinda de Cristo à Terra: o próximo dia 21 de Outubro.

O sociólogo Moisés Espírito Santo, especialista em religiões, lembra que as apoquentações espirituais sobre o fim do Mundo não são de agora. "O próprio Jesus Cristo disse aos seus seguidores que alguns deles iriam assistir ao Juízo Final", lembra o especialista. "Todas as religiões contêm nos seus escritos referências a um dia do Juízo Final, e há sempre quem tente encontrar datas para estes eventos. Mas são quase sempre movimentos à margem que apontam datas concretas". Na era da tecnologia, as teses mais esotéricas prosperam: "É uma utopia pensarmos que a Ciência poderá levar as pessoas a abandonar as suas crenças. Haverá sempre quem acredite nas teses mais obscurantistas ", diz Moisés Espírito Santo, que sublinha o facto de "a tecnologia e redes como a internet servirem muitas vezes para as pessoas descobrirem justificações adicionais para aquilo em que acreditam".

O MITO DOS MAIAS

A profecia apocalíptica mais popular da actualidade tem a ver com o fim do calendário Maia, a antiga civilização que despontou na América Latina até à chegada dos europeus. O mito instalado explica que os Maias contaram os dias até à data de 21 de Dezembro de 2012. Depois, viria o caos e a destruição. Hollywood agarrou o tema e, no ano passado, o filme ‘2012' arrastou para as salas de cinema milhões de espectadores.

CONTAS TROCADAS

No entanto, mais uma vez, entre o mito e a realidade vai uma distância considerável. Edwin Barnhart, director do Centro de Exploração Maia, baseado na cidade americana de Austin, é um dos mais reputados especialistas mundiais nesta antiga civilização. Em conversa com a Domingo, o investigador desmonta os vários mitos criados à volta do anunciado fim do Mundo.

"Existe uma grande confusão acerca da forma como o mundo ocidental analisa o calendário maia. A forma como usamos a matemática para contar o tempo não tem correspondência directa com o sistema que os maias usavam. Não há nenhuma prova que nos possa levar a concluir sem margem para dúvidas que o calendário Maia vá acabar a 21 de Dezembro de 2012", explica Edwin Barnhart.

"Estamos a viver a quarta era do calendário maia. O último ciclo iniciou-se no ano de 3114 a.C., mas não sabemos se todos os ciclos têm a mesma duração. Os maias encaravam a mudança de ciclos como uma oportunidade de renovação, de reconstruir a sociedade tanto em termos físicos, com a substituição de velhos edifícios por novas construções, como em termos espirituais, com a adopção de novos valores e comportamentos. Nunca se referem a acontecimentos catastróficos nessas mudanças", defende Barnhart.

Apesar do alarmismo, o investigador reconhece vantagens nesta onda de medo: "nunca houve tanto interesse pela cultura maia. Espero que, depois de 2012, as pessoas se possam concentrar no mais importante para apreciar os maias como uma das civilizações mais fascinantes do mundo antigo".

PLANETAS EM COLISÃO

Barnhart gasta boa parte do seu tempo a dar palestras nas universidades americanas, mas são muitos mais os que preferem acreditar no que se lê na internet. E se uma teoria da conspiração atrai muita gente, quando se combinam várias teorias num mesmo enredo o resultado é ainda melhor. A profecia maia tem sido conjugada com uma outra teoria catastrofista; a de que existe um 9º planeta (excluindo o despromovido Plutão) no Sistema Solar, designado por Planeta X ou Nibiru (alegadamente descoberto pelos sumérios há milhares de anos). Este planeta estará em rota de colisão com a Terra no dia em que se prevê o fim do tempos. O assunto ganhou tal dimensão que a própria agência espacial americana dedica várias páginas do seu site a tentar serenar os ânimos mais exaltados.

Numa dessas páginas, Don Yeomans, investigador sénior da NASA, usa o humor como arma: "Nada de mal vai acontecer à Terra em 2012. O nosso Planeta tem-se safado muito bem há mais de 4 mil milhões de anos, e cientistas credíveis de todo o Mundo desconhecem qualquer ameaça associada ao ano 2012". O cientista explica com mais detalhe a falsidade das teses de colisão iminente com outro corpo celeste: "Nibiru e outras histórias sobre planetas em rota de colisão são embustes da internet. Não há base factual para estas especulações. Se Nibiru ou o Planeta X fossem reais e estivessem na rota da Terra em 2012, os astrónomos já os estariam a seguir desde a última década e seriam agora visíveis a olho nu".

PERIGO NOS CÉUS

Outra preocupação muito em voga são os chamados ‘chemtrails', que podemos traduzir como ‘rastos químicos'. Ao observar os céus após a passagem de aviões, muita gente concluiu que os rastos de fumo branco deixados pelas aeronaves demoram cada vez mais tempo a dissipar-se. Rapidamente se chegou à conclusão de que, em vez de se tratar do vapor de condensação associado aos motores dos aviões, estas nuvens resultam do lançamento de químicos com fins malévolos.

Acusam-se os governos de terem programas específicos para produzir alterações climáticas e até envenenar populações. E pouco têm adiantado as respostas de diferentes autoridades. Os parlamentos do Canadá e do Reino Unido já estudaram o assunto, sem descobrir motivos de alarme, e os americanos emitiram, em 2000, um documento subscrito por várias entidades oficiais a garantir que estas nuvens são formadas principalmente por cristais de gelo. Mas basta escrever ‘chemtrails' num motor de pesquisa para obter milhares de resultados ‘aterradores'. E os céus de Portugal não estão a salvo...

REBELDES COM UMA CAUSA

Não são propriamente apocalípticos, mas acreditam que o Planeta chegou a um ponto de ruptura. Consumimos muito mais do que produzimos e a este ritmo a humanidade caminha para a ruína. O diagnóstico não é especialmente original, mas a receita que o Movimento Zeitgeist defende para resolver contradição insanável pressupõe uma nova ideologia. O Zeitgeist (expressão alemã que significa ‘o espírito do tempo') nasceu dos filmes de Peter Joseph, fundador do movimento. Peter começou por questionar o funcionamento da sociedade capitalista e dissecou as razões económicas das guerras e conflitos. O filme ‘Zeitgeist', de 2007, abriu caminho ao movimento homónimo.

Em Portugal, o site conta com 7500 assinaturas de gente empenhada em construir "uma sociedade baseada na distribuição de recursos, em que o método científico e a tecnologia garantam que todos tenham acesso gratuito aos bens essenciais", explica o coordenador nacional, Miguel Oliveira, um publicitário de 19 anos.

O movimento luta para que um dia os aparelhos político, judicial e jurídico se tornem obsoletos, para que se possa viver "num novo tipo de sociedade", sem políticos nem tribunais. Pode parecer uma utopia, mas Miguel Oliveira defende as suas convicções, acreditando nos efeitos a longo prazo: "Não sei se no meu tempo de vida vou assistir a estas transformações, mas é o nosso dever lançar as sementes e empenharmo-nos na educação dos mais novos, procurando consciencializá-los para construírem um mundo mais sustentável e racional", diz.

CONSPIRADORES PODEROSOS

Tema clássico das teorias da conspiração são as sociedades secretas, vistas como a causa de grande parte dos males do Mundo. Illuminati - que o escritor Dan Brown cita frequentemente nos seus livros -, o grupo Bilderberg ou o colectivo Bohemian Growth são alguns dos nomes atirados para a fogueira por reunirem os ricos e poderosos do Mundo e tomarem as grandes decisões da guerra, da política e da economia.

Mas a grande conspiração global desemboca na teoria da New World Order (Nova Ordem Mundial), que diz que o Mundo está nas mãos de um grupo restrito de grandes banqueiros, empresários e políticos, que decidem os rumos do Mundo conforme as suas conveniências. Num País a viver sobre o jugo das regras ditadas pela troika do FMI, Banco Central Europeu e União Europeia, abre-se terreno fértil para que todas as sementes da conspiração possam crescer e prosperar...

SISMO ANUNCIADO HÁ 30 ANOS AFINAL NÃO ACONTECEU

Falecido em 1979, o cientista italiano Raffaele Bendandi deixou uma vasta obra sobre a ocorrência de terramotos. Esforçou-se por desenvolver técnicas de prever os sismos e, há algumas semanas, começou a circular o rumor de que Bendandi tinha descoberto que a cidade de Roma haveria de ser abalada no dia 11 de Maio de 2011.

Apesar dos apelos à calma das autoridades, milhares de romanos tomaram o boato por verdadeiro e abandonaram a cidade. Muitas lojas fecharam e milhares de crianças foram retiradas das escolas pelos pais. Afinal, nem a terra tremeu, nem o rumor tinha fundamento. A própria família de Bendandi, que guarda os documentos do cientista, negou que existisse alguma referência ao malfadado sismo. O mito voltou a ganhar à razão.

NOTAS

INTERNET - O anonimato convida à irresponsabilidade e faz da internet um vasto campo para criar teorias alarmistas.

PROFECIA - A vidente latino-americana Luz de María de Bonilla prevê catástrofes em todo o Mundo. Acertou no Japão.

MÉDIA - Para quem crê nas teorias mais rebuscadas, os média tradicionais são agentes de contra-informação.

CIÊNCIA - Uma boa teoria da conspiração assenta em factos que possam ter a aparência de verdades científicas.

CINEMA - Os filmes sobre catástrofes são uma receita típica de Hollywood. ‘2012' foi um sucesso comercial.

PODER - Outro clássico ensinamento das teorias conspirativas. Quem manda não são aqueles em quem votamos.

WACO - Em 1993, o cerco à seita davidiana liderada pelo americano David Koresh resultou em 70 mortes.

domingo, 15 de maio de 2011

Brasil: Sismo de magnitude seis a mil km da costa


in TSF Online (11.05.15 - 17:42)

Um terramoto de magnitude seis sacudiu este domingo o Oceano Atlântico, a mais de mil quilómetros da costa do Brasil, informou o Instituto Geológico norte-americano.
O sismo que ocorreu às 13h08 TMG (14h08 em Lisboa) teve o seu epicentro na cordilheira dorsal meso-atlântica, a 1.277 quilómetros a noroeste de Natal, no Brasil, e a 1.624 quilómetros de Cabo Verde.

O tremor de terra ocorreu a uma profundidade de 10 quilómetros, segundo o Instituto Geológico norte-americano, que tem sede em Boulder, no Colorado.

Até ao momento não há indícios de que o sismo vá provocar um tsunami.

Sismo em Espanha não terá consequências em Portugal

in Diário Digital / Lusa (quinta-feira, 12 de Maio de 2011 | 10:34)

O sismo que abalou na quarta-feira a cidade de Lorca, em Espanha, não terá consequências nem réplicas em Portugal porque o terramoto aconteceu numa zona longe da fronteiras de placas tectónicas, explicou à Lusa o sismólogo Francisco Carrilho.
«À partida Portugal não tira consequências diretas» até porque «o sismo aconteceu devido a um movimento numa falha tectónica longe da zona de fronteira», disse o diretor do departamento de sismologia e geofísica do Instituto de Meteorologia de Portugal.

Apesar de ter sido um terramoto com uma magnitude de «apenas» 5,2 na escala de Richter, o sismo teve efeitos que, segundo o sismólogo, ficam «no topo do topo dos expectáveis».

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Juros da dívida portuguesa a 5 e 10 anos voltam a bater máximos históricos

in SIC Online (Publicação: 14-04-2011 10:38 | Última actualização: 14-04-2011 10:44 - Fonte: LUSA)

Os juros exigidos pelos investidores para deter títulos de dívida soberana portuguesa a cinco e dez anos voltaram hoje a bater máximos, negociando acima dos 10,3% e 8,7%. Os juros continuam a subir, num momento em que a troika (União Europeia, BCE e FMI) está em Lisboa a preparar as negociações sobre o plano de resgate e surgem notícias sobre a existência de países europeus contra a ajuda a Portugal.

No prazo a cinco anos, a taxa negociava nos 10,342%, acima dos 10,250% registados na quarta-feira, atingindo o 'spread' face à dívida alemã os 761,5 pontos base, segundo a agência de informação financeira Bloomberg.

Já os juros exigidos pelos investidores para deterem títulos de dívida soberana portuguesa a dez anos negoceiam hoje em média nos 8,786%, acima dos 8,743% de quarta-feira. O 'spread' face à dívida alemã chegava aos 537,1 pontos base.

A taxa a dois anos, também subia, negociando nos 9,125%, acima dos 9,051 por cento de quarta-feira, e o 'spread' face à dívida alemã tocava nos 728,2 pontos base.

Portugal’s Unnecessary Bailout (O resgate desnecessário de Portugal)

João Fazenda
in New York Times Online (By ROBERT M. FISHMAN*, Op-Ed Contributor - Published: April 12, 2011)

South Bend, Ind.
PORTUGAL’S plea for help with its debts from the International Monetary Fund and the European Union last week should be a warning to democracies everywhere.


The crisis that began with the bailouts of Greece and Ireland last year has taken an ugly turn. However, this third national request for a bailout is not really about Debt. Portugal had strong economic performance in the 1990s and was managing its recovery from the global recession better than several other countries in Europe, but it has come under unfair and arbitrary pressure from bond traders, speculators and credit rating analysts who, for short-sighted or ideological reasons, have now managed to drive out one democratically elected administration and potentially tie the hands of the next one.

If left unregulated, these market forces threaten to eclipse the capacity of democratic governments — perhaps even America’s — to make their own choices about taxes and spending.

Portugal’s difficulties admittedly resemble those of Greece and Ireland: for all three countries, adoption of the euro a decade ago meant they had to cede control over their monetary policy, and a sudden increase in the risk premiums that bond markets assigned to their sovereign debt was the immediate trigger for the bailout requests.

But in Greece and Ireland the verdict of the markets reflected deep and easily Identifiable economic problems. Portugal’s crisis is thoroughly different; there was not a genuine underlying crisis. The economic institutions and policies in Portugal that some financial analysts see as hopelessly flawed had achieved notable successes before this Iberian nation of 10 million was subjected to successive waves of attack by bond traders.

Market contagion and rating downgrades, starting when the magnitude of Greece’s difficulties surfaced in early 2010, have become a self-fulfilling prophecy: by raising Portugal’s borrowing costs to unsustainable levels, the rating agencies forced it to seek a bailout. The bailout has empowered those “rescuing” Portugal to push for unpopular austerity policies affecting recipients of student loans, retirement pensions, poverty relief and public salaries of all kinds.

The crisis is not of Portugal’s doing. Its accumulated debt is well below the level of nations like Italy that have not been subject to such devastating assessments. Its budget deficit is lower than that of several other European countries and has been falling quickly as a result of government efforts.

And what of the country’s growth prospects, which analysts conventionally assume to be dismal? In the first quarter of 2010, before markets pushed the interest rates on Portuguese bonds upward, the country had one of the best rates of economic recovery in the European Union. On a number of measures — industrial orders, entrepreneurial innovation, high-school achievement and export growth — Portugal has matched or even outpaced its neighbors in Southern and even Western Europe.

Why, then, has Portugal’s debt been downgraded and its economy pushed to the brink? There are two possible explanations. One is ideological skepticism of Portugal’s mixed-economy model, with its publicly supported loans to small businesses, alongside a few big state-owned companies and a robust welfare state. Market fundamentalists detest the Keynesian-style interventions in areas from Portugal’s housing policy — which averted a bubble and preserved the availability of low-cost urban rentals — to its income assistance for the poor.

A lack of historical perspective is another explanation. Portuguese living standards increased greatly in the 25 years after the democratic revolution of April 1974. In the 1990s labor productivity increased rapidly, private enterprises deepened capital investment with help from the government, and parties from both the center-right and center-left supported increases in social spending. By the century’s end the country had one of Europe’s lowest unemployment rates.

In fairness, the optimism of the 1990s gave rise to economic imbalances and excessive spending; skeptics of Portugal’s economic health point to its relative stagnation from 2000 to 2006. Even so, by the onset of the global financial crisis in 2007, the economy was again growing and joblessness was falling. The recession ended that recovery, but growth resumed in the second quarter of 2009, earlier than in other countries.

Domestic politics are not to blame. Prime Minister José Sócrates and the governing Socialists moved to cut the deficit while promoting competitiveness and maintaining social spending; the opposition insisted it could do better and forced out Mr. Sócrates this month, setting the stage for new elections in June. This is the stuff of normal politics, not a sign of disarray or incompetence as some critics of Portugal have portrayed it.

Could Europe have averted this bailout? The European Central Bank could have bought Portuguese bonds aggressively and headed off the latest panic. Regulation by the European Union and the United States of the process used by credit rating agencies to assess the creditworthiness of a country’s debt is also essential. By distorting market perceptions of Portugal’s stability, the rating agencies — whose role in fostering the subprime mortgage crisis in the United States has been amply documented — have undermined both its economic recovery and its political freedom.

In Portugal’s fate there lies a clear warning for other countries, the United States included. Portugal’s 1974 revolution inaugurated a wave of democratization that swept the globe. It is quite possible that 2011 will mark the start of a wave of encroachment on democracy by unregulated markets, with Spain, Italy or Belgium as the next potential victims.

Americans wouldn’t much like it if international institutions tried to tell New York City, or any other American municipality, to jettison rent-control laws. But that is precisely the sort of interference now befalling Portugal — just as it has Ireland and Greece, though they bore more responsibility for their fate.

Only elected governments and their leaders can ensure that this crisis does not end up undermining democratic processes. So far they seem to have left everything up to the vagaries of bond markets and rating agencies.

* Robert M. Fishman, a professor of sociology at the University of Notre Dame, is the co-editor of “The Year of the Euro: The Cultural, Social and Political Import of Europe’s Common Currency.”

- A version of this op-ed appeared in print on April 13, 2011, on page A25 of the New York edition.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Governo só entrega pedido formal de ajuda externa depois de negociar com a oposição

in SIC Online (Publicação: 07-04-2011 10:03 | Última actualização: 07-04-2011 11:06 )

O Governo só vai entregar formalmente o pedido de ajuda financeira a Bruxelas depois de discutir os termos concretos com os principais partidos da oposição, disse hoje à Lusa fonte governamental.

Apesar de a solicitação ter sido anunciada na quarta-feira pelo primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, o Governo e os partidos terão ainda de determinar que garantias serão oferecidas pelo Estado e em que termos será apresentado o pedido, explicou a fonte.

"Não há nenhuma data específica para entregar o pedido e não há nenhuma obrigação de o fazer durante a reunião Ecofin", que começa na sexta-feira e reúne os ministros das Finanças dos Estados-membros da União Europeia, acrescentou.

As negociações entre os partidos vão ser promovidas pelo Presidente da República. Segundo o Diário Económico, Aníbal Cavaco Silva "iniciou contactos com os principais partidos políticos mal foi informado, durante a tarde de ontem (quarta-feira), de que o Governo ia oficializar um resgate financeiro junto da União Europeia".

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse na quarta-feira que apoia o pedido de ajuda financeira externa feito pelo Governo, acrescentando que o seu partido está disponível para apoiar "um quadro de ajuda mínimo" a negociar pelo executivo. O CDS-PP, que também deverá participar nas negociações, ainda não se pronunciou, tendo o líder Paulo Portas remetido uma reação para hoje.

A presidência húngara da União Europeia anunciou, entretanto, que começará a analisar a questão da ajuda a Portugal ainda hoje, tendo convocado uma conferência de imprensa em Budapeste, onde os ministros das Finanças têm esta noite uma reunião informal antes do Ecofin, segundo noticiou a agência espanhola EFE.

O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmou, a 24 de março, que o resgate a Portugal deverá ascender a 75 mil milhões de euros.

Portugal é o terceiro país da União Europeia solicitar um resgate para enfrentar dificuldades económicas depois da Grécia e da Irlanda.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, garantiu a José Sócrates que o pedido de ativação dos mecanismos de auxílio financeiro será tratado "da forma mais expedita possível, de acordo com as regras pertinentes".

(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico) Lusa

terça-feira, 22 de março de 2011

Morreu Artur Agostinho


in TSF Online (por Cristina Santos - 2011.03.22)

Artur Agostinho faleceu esta terça-feira, aos 90 anos, avançou o Record. O jornalista desportivo, locutor de rádio, actor e apresentador de televisão esteve ainda ligado ao Sporting.

Foi locutor de rádio amador na juventude, actividade que ganhou importância a tempo inteiro quando aos 25 anos entrou na Emissora Nacional.

Durante as décadas de 40 e de 50, Artur Agostinho participou em alguns filmes, como por exemplo "O Leão da Estrela" (1947) e "Cantiga da Rua" (1949).

Artur Agostinho nunca deixou o jornalismo desportivo, tendo chegado em 1956 a director do Jornal Record, cargo que assumiu até 1974.

Artur Agostinho foi uma das vozes que transmitiu aos portugueses as vitórias da selecção no Mundial de 1966, em Inglaterra.

Em 1957, ano em que a RTP começou a emitir regularmente, Artur Agostinho já trabalhava em televisão, como jornalista e como apresentador de programas e concursos.

Sem nunca escolher entre o jornalismo desportivo e a representação, Artur Agostinho foi ainda, até meados de 2000, presidente do Grupo Stromp, entidade ligada ao Sporting Clube de Portugal que tem por objectivo principal organizar uma festa que premeia os atletas do clube que mais se destacaram durante o ano.

Em 2003, foi um dos actores a entrar na série televisiva "Ana e os Sete" e um ano depois no filme "Tudo Isto é Fado".

Em Dezembro, Artur Agostinho foi agraciado por Cavaco Silva com a Comenda da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, numa cerimónia que decorreu no Palácio de Belém.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Japão declara emergência nuclear após sismo

Sismo no Japão: Abalo de 8,9 na escala de Richter faz vários mortos e feridos
in SIC Online (2011.03.11)

Um incêndio no edifício da turbina de uma central nuclear no nordeste do Japão deflagrou hoje, após o sismo de magnitude 8,9 na escala de Richter registado naquela região. As autoridades declararam emergência nuclear.

As autoridades japonesas declararam o estado de emergência na central nuclear de Fukushima (nordeste) após avaria no sistema de arrefecimento da unidade, disse hoje um porta-voz do Governo, que garantiu não existir fuga de radiações.

O sistema mecânico que arrefece o reator sofreu uma avaria após ter sido cessada a produção na central nuclear, em resultado do forte sismo sentido hoje no Japão, disse Yukio Edano, citado pela agência noticiosa norte-americana AP.

O estado de emergência, garantiu, é uma medida de precaução e não foram detetadas fugas de radiações na unidade de Fukushima, que não apresenta nenhum perigo imediato.

O último balanço dá conta de pelo menos 40 mortos e 39 desaparecidos na sequência do sismo de 8,9 na escala aberta de Richter que atingiu hoje a costa nordeste do Japão, seguido de um tsunami.

O Governo já admitiu que os danos são "consideráveis".

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, está reunido de emergência com o seu governo e determinou a criação de um comité de crise para monitorizar a situação, tendo ainda enviado meios navais para Tóquio e para a zona de Miyagi.

Ondas de cerca de dez metros atingiram a costa de Sendai, causando numerosos danos materiais. O alerta de tsunami foi emitido também na Rússia, Filipinas, ilhas Marianas e Pacífico.

Um homem de 77 anos foi morto pela queda de um muro de pedra na prefeitura de Chiba (região de Tóquio), uma pessoa morreu na região de Miyagi (nordeste) devido à queda de um objeto e um homem morreu na sequência do tsunami na prefeitura de Iwate (nordeste), avança a agência Jiji.

Uma mulher idosa também morreu soterrada por um telhado que caiu na província de Ibaraki (perto de Tóquio), disseram as autoridades locais à AFP.
Oito pessoas estão desaparecidas após um deslizamento de terra na área de Fukushima (nordeste) e uma criança foi arrastada pelas ondas do tsunami na província de Miyagi, segundo a imprensa.

Várias pessoas também ficaram feridas em Tóquio, após o desabamento do teto de um centro de conferências onde 600 alunos participavam numa cerimónia de formatura, anunciaram os bombeiros.

Pelo menos 20 pessoas ficaram feridas em Osaki na prefeitura de Miyagi (nordeste), algumas foram atingidas por quedas de objetos e outras ficaram presas sob os escombros, adiantou a agência de notícias Kyodo citando os bombeiros.

As centrais nucleares da costa do Pacífico nas prefeituras de Miyagi e Fukushima foram automaticamente desativadas depois do forte sismo. As centrais nucleares cuja produção foi desativada automaticamente foram as de Onagawa, na prefeitura de Miyagi e as primeira e segunda centrais de Fukushima.

A central de Kashiwazaki-Kariwa, na prefeitura de Niigata, na costa do Mar do Japão, manteve-se em funcionamento.

O tsunami inundou o imenso parque da Disneylândia situado na região de Tóquio, noticiou a agência japonesa Jiji, citada pela AFP.

O sismo ocorreu às 14h46 locais (05h46 em Lisboa), a 179 quilómetros a leste de Sendai, ilha de Honshu, e a 382 quilómetros a nordeste de Tóquio.
O epicentro foi no Oceano Pacífico, a 130 quilómetros da península de Ojika, a uma profundidade de dez quilómetros.

A primeira réplica ocorreu às 15h06 locais (06h06), com magnitude 6,4 na escala de Richter, e a última registada pelo USGS foi sentida às 15h25 (06h25), com magnitude 7,1, segundo informação disponibilizada no "site" daquele instituto cerca das 07:00.

O forte abalo sacudiu vários edifícios de Tóquio e paralisou os transportes ferroviários e por estrada em boa parte do país. O tráfego aéreo foi também interrompido nos aeroportos de Narita e Haneda, à espera que se verifique o estado das pistas.
As autoridades decretaram de imediato o alerta na região e estenderam-no até à Rússia, Filipinas e várias ilhas do Pacífico.

Os especialistas avisam que um abalo desta dimensão pode criar ainda um outro tsunami destruidor.

Da cidade de Tóquio chegam relatos de vários incêndios na cidade, incluindo numa refinaria.

O tecto de um edificio ruiu quando, na altura, estavam 600 estudantes a participar numa cerimónia de entrega de diplomas. Muitos ficaram feridos.

As autoridades japonesas enviaram um avião das Forças Armadas para avaliar os danos causados pelo tremor.

Sismo no sudoeste da China mata 24 pessoas

Um habitante de Yingjiang em frente a um edifício destruído depois do tremor de terra (China Daily/ Reuters)
in PÚBLICO Online (10.03.2011 - 11:18, Notícia actualizada às 13h09)

Um sismo de magnitude 5.4 na escala de Richter (5.8 de acordo com a agência Xinhua), atingiu hoje a província de Yunnan, no sudoeste da China, provocando pelo menos 24 mortos e 207 feridos, de acordo com declarações de uma autoridade local à AFP.

O epicentro do sismo situa-se a 10 quilómetros de profundidade, segundo a agência oficial Xinhua, e provocou graves danos no distrito de Yingjiang, apenas a dois quilómetros de distância do epicentro.

Uma hora depois do sismo as autoridades registaram sete réplicas, declarou por telefone à AFP um responsável do districto de Yingjiang.

Às 17 horas locais, quatro horas depois do sismo, já 19 pessoas tinham morrido e muitas casas estavam a desmoronar-se, relatava o “site” oficial da província de Yunnan.

As autoridades afirmaram ter enviado uma equipa de peritos para as zonas afectadas e revelaram que uma “resposta de emergência de grau 3” fora lançada. (Autoridades acreditam que tremor de terra cause mais danos e mortos que anteriores)

O Comité nacional de redução de desastres, juntamente com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, já enviou 8 mil tendas, mantas e roupas para a região afectada pelo sismo.

Yingjiang, localizada numa zona propensa a tremores de terra, foi alvo de 1200 pequenos sismos.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sismo na Nova Zelândia desprende 30 milhões de toneladas de gelo

in SIC Online (Publicação: 22-02-2011 21:02 - Última actualização: 22-02-2011 22:05, com Lusa)
O sismo de 6,3 na escala Richter, que hoje devastou Christchurch, na Nova Zelândia, foi suficientemente forte para desprender 30 milhões de toneladas de gelo do glaciar Tasman no parque nacional Mt. Cook, segundo o New Zealand Herald.

O jornal neozelandês refere que passageiros de duas embarcações foram atingidos por ondas de mais de 3,5 metros de altura quando o gelo caiu para o lago Terminal, junto ao glaciar Tasman.

Um responsável turístico da zona afirmou ao jornal que enormes icebergs se formaram no lago, que balançaram com grandes ondas durante 30 minutos.

Este desprendimento de gelo foi o terceiro maior de sempre a cair no lago Terminal, informou uma fonte local ao New Zealand Herald.

Pelo menos 65 pessoas morreram no sismo de magnitude 6.3 que atingiu Christchurch, a segunda cidade da Nova Zelândia, disse o primeiro-ministro, John Key, sublinhando que o balanço se pode agravar.

O estado de emergência foi decretado em Christchurch, onde equipas de socorro estão já a trabalhar.

De acordo com o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos, o sismo foi registado às 12:51 locais (23:51 em Lisboa) a cinco quilómetros da cidade de Christchurch e apenas a quatro quilómetros de profundidade.

Christchurch, com 340 mil habitantes, tinha já sido atingida a 04 de setembro de 2010 por um sismo que registou 7 na escala de Richter, do qual não resultaram vitimas mortais mas que provocou prejuízos consideráveis.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

'Devemos estar preparados' para a vinda do FMI


in Sol Online (Por Manuel Agostinho Magalhães - 10 de Janeiro, 2011)
«Devemos estar preparados», respondeu Cavaco Silva na última das entrevistas dos candidatos presidenciais à RTP, quando questionado sobre a intervenção do FMI em Portugal. E sobre as mais valias de 140% na venda das suas acções do BPN, disse que na altura nem ficou a saber, porque o banco reinvestiu o dinheiro.

Na entrevista à RTP, concedida no mesmo dia em que uma administradora do Banco de Portugal, Teodora Cardoso, defendeu as virtudes da ajuda externa, Cavaco sublinhou as suas desvantagens, já que «o FMI não conhece a realidade social portuguesa».

O PR antes sugeriu ao Governo uma «alternativa»: a venda de activos para pagar dívidas contraídas pelo Estado. Deu como exemplo a recente alienação do fundo de pensões da PT para propor ao Governo que estude a hipótese.

Sobre a polémica com a sua posição accionista no BPN, o candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS, disse que na altura em que vendeu as acções com 140% de lucro desconhecia as mais valias que obteve. Porque não era ele a movimentar as suas poupanças e o dinheiro foi imediatamente reinvestido.

«Nem fiquei a saber quanto eram as mais valias porque eles fizeram uma aplicação em fundos estrangeiros com uns nomes esquisitos», disse a Judite de Sousa.

Já em relação às críticas que fez à actual administração do BPN, Cavaco disse agora que não eram «pessoais» mas ao «modelo» de gestão que foi escolhido. O PR disse que se queria referir a decisões como «a separação dos activos tóxicos» ou a injecção de mais capital no banco, que agora o Governo admite fazer.

O Presidente da República que se recandidata a mais um mandato não quer «especular» mas admite a necessidade de recorrer em breve ao «fundo de estabilização europeu, que pode vir acompanhado» do FMI.

«Devemos estar preparados para que possa acontecer eventualmente alguma coisa», começou por responder. «Nunca devemos excluir», reiterou, completando que acredita que «o governo não exclua» a hipótese nesta altura, «embora esteja a fazer tudo o que está ao seu alcance».

Caso haja intervenção externa, Cavaco diz que fará tudo «para ajudar Portugal». E apontou a necessidade de haver união, perante os necessários sacrifícios, ou «condicionantes», como preferiu chamar-lhes.

«Gostaria que pudéssemos manter um clima de coesão», disse. «É importante que haja um diálogo de forças políticas com forças sociais». Mas Cavaco teme os efeitos da intervenção externa.

Afiram recear que «esses analistas, que vêm da União Europeia e que podem vir do FMI, não tenham um conhecimento da situação social portuguesa» pelo que fará o que puder para que tal não seja necessário.

E começou por dar sugestões: «Podem existir alternativas», para pagar as dividas. Portugal «pode vender activos», afirmou duas vezes, dando como exemplo a recente alienação na PT.

Em relação ao cumprimento do défice orçamental, Cavaco foi claro: Sócrates tem de apresentar resultados imediatamente e se o FMI entrar em Portugal, falhou. «Isso é muito claro. O Governo anunciou o objectivo ao Presidente e ao povo português». Mas, desdramatizando as afirmações anteriores («foi uma frase banal»), o candidato não quis extrair consequências ao nível da estabilidade governativa.

Já no cumprimento do défice é mais directo. «É fundamental haver resultados no primeiro trimestre» para cumprir os limites do défice, afirmou a Judite de Sousa, na entrevista gravada ao final da tarde na Batalha, e transmitida esta noite na RTP1.

«BPN: Eu era um mísero professor»

Em relação ao lucro que obteve com as acções que detinha com a mulher no BPN, a instituição gerida por Oliveira e Costa, seu ex-secretário de Estado, que será agora julgado por fraude, Cavaco Silva repetiu que agiu honestamente.

Aplicou o dinheiro quando não ocupava nenhum cargo público, dando indicações ao seu gestor para que o colocasse da forma mais lucrativa possível.

«Eu era um mísero professor», disse. «Andámos a amealhar as nossas poupanças para a velhice», justificou.

Garantiu que as acusações de favorecimento que lhe são apontadas pelos adversários são feitas de má fé.

«Eles sabem todos eles que sou de um rigor total em relação ao cumprimento da lei», disse. Por isso ficou desiludido com pessoas «por quem tinha algum respeito», não referindo o nome de Manuel Alegre ou de outro candidato.

Judite de Sousa insistiu nas perguntas sobre o caso, questionando-o se não tinha desconfiado de um lucro de 140% na venda de acções não cotadas na bolsa. Cavaco revelou que a sua relação com as poupanças era intermediada.

Disse também que não foi convidado para accionista, simplesmente pediu aos gestores do BPN: «Apliquem por forma a dar o máximo de rendimento». E foi a conselho da mulher que vendeu as acções, em 2003, mantendo o dinheiro no banco mais uns anos. «Nunca discuti um preço quando comprei nem quando vendi nem soube a quem vendi», afirmou.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Fenómeno global: Há pássaros a cair que nem tordos

Ilya Naymushin/reutersin i Online (por Joana Azevedo Viana e Sara Sanz Pinto - 06 de Janeiro de 2011)

Mortes em massa - O ano começou com tordos-sargento a cair do céu e corvinas a dar à costa mortas. Alterações climáticas ou apocalipse bíblico?

Passa pouco das 23h30 no Arkansas (EUA), noite de passagem de ano. Mais de metade do mundo já está em 2011 e a polícia da cidade de Beebe começa a receber várias chamadas a denunciar "chuvas de pássaros". Caem que nem tordos dos céus, mortos, e o fenómeno volta a repetir-se dias depois nos estados do Kentucky e Louisiana. Só uma espécie é atingida: os Tordo-Sargento. E a 100 milhas de Beebe, o rio do Arkansas vê morrer de súbito 100 mil peixes da mesma espécie (corvinas).

O fenómeno já tinha sido previsto no Antigo Testamento há mais de dois mil anos: "Hei-de consumir por completo tudo sobre a face da terra. Arrebatarei os homens e os animais, arrebatarei as aves do céu e os peixes do mar e os escândalos com os ímpios e desarreigarei os homens desta terra, fala o Senhor." (Sofonias 1:3). E, desde o início de 2011, está a multiplicar-se em várias zonas do planeta.

Ligações de terceiro grau

Ontem, depois dos estados americanos referidos, do Japão, Brasil e outros países, a cidade sueca de Falköping viu cerca de 100 tordos da mesma espécie cair do céu. As análises às aves mostram o mesmo em todas as cidades: os animais pareciam saudáveis, os órgãos apresentavam-se normais e não foram detectados sinais de doenças infecciosas ou crónicas. O relatório preliminar dos cientistas do Arkansas, publicado ontem, aponta para morte por pânico devido aos fogos-de-artifício da passagem de ano. Mas isso não explica nem o facto de o fenómeno continuar a acontecer cinco dias depois, nem porque é que apenas uma espécie de aves está a ser afectada. "Parece-me demasiado alarmista para já estar a relacionar os casos e a criar teorias da conspiração", diz o oceanógrafo José Lino Costa.

A análise do investigador do Centro de Oceanografia da Faculdade de Ciências ao i centra-se nas mortes das corvinas: "Este é um tipo de fenómeno que costuma acontecer depois de grandes tempestades, mas não me parece que tenha sido o caso, porque não afectaria só uma espécie", explica. "Pelo que leio, fico com a ideia de que estamos a falar de fenómenos diferenciados, quer entre os tordos e os peixes, quer mesmo entre os peixes nos vários locais. Em Cheesapeake Bay e no Brasil, as mortes parecem ser multiespecíficas, no primeiro caso claramente provocadas por um abaixamento súbito da temperatura, no outro devido à poluição".

O fim do mundo?

Como qualquer cientista, José Lino Costa é prudente na análise. A serem excluídas as hipóteses de alterações climáticas, de poluição e de pânico (e até mesmo a de exaustão, avançada por alguns especialistas em aves migratórias antes dos primeiros exames aos pássaros mortos), o investigador admite outros cenários, que se aproximam mais das teorias da conspiração que têm surgido. "Claro que se pode vir a provar que os fenómenos estão interligados, embora com os dados existentes ache isso pouco provável. Aí poderemos procurar causas mais gerais, como fenómenos climáticos de índole geral ou alterações do campo magnético."

Esta última hipótese dá o mote ao enredo de "Detonação", um filme apocalíptico que começa com a queda de aves quando o centro da Terra pára de girar. O filme, com a ajuda da Bíblia, está a inspirar os cidadãos mais atentos (e alarmistas) a falar no início do fim do mundo - ontem já apoiados por alguma imprensa chinesa. No Facebook nasceu entretanto um grupo de pessoas que vê na queda dos pássaros e na morte dos peixes sinais apocalípticos. E apesar de o "Dead Birds Falling from the Sky, Dead Fish, Doomsday" contar com menos de 80 membros até agora, as mesmas teorias já correm a blogosfera internacional.

Enquanto o mundo não acaba, outras conspirações surgem; a de maior destaque culpa o exército pela morte em massa das espécies. Segundo uma teoria ontem divulgada no website GodDiscussion, o homicídio de John P. Weeler III, assistente especial da Força Aérea na administração Bush, pode estar relacionado com a morte dos peixes e aves no Arkansas. Antes de aparecer morto, a 31 de Dezembro, Weeler estava alegadamente a preparar-se para denunciar testes militares com aviões de pulverização que estarão a ser levados a cabo na base militar da Força Aérea de Little Rock, nesse mesmo estado. Os gases venenosos testados teriam como propósito serem usados em teatro de guerra no Afeganistão e estavam armazenados na agência de materiais químicos Pine Bluff Arsenal, também baseada no Arkansas.

Portugal poderá ter em 2011 a terceira pior recessão do mundo

(Enric Vives-Rubio/ arquivo)in Público Online (Por Paulo Miguel Madeira, 06.01.2011 - 10:57)

A revista britânica The Economist prevê que este ano Portugal tenha a terceira pior evolução do PIB em todo o mundo, com uma recessão de mais de um por cento, juntando-se a um coro de instituições que não acreditam na previsão de crescimento marginal de 0,2 por cento da economia inscrito pelo Governo no Orçamento para 2011.
A previsão da Economist Inteligence Unit (uma empresa do mesmo grupo da revista que se dedica à investigação) para Portugal é apenas menos má do que a de Porto Rico e da Grécia, para os quais prevê contracções do produto interno bruto (PIB) de respectivamente mais de quatro por cento e de 3,6 por cento para a Grécia.
As previsões da Comissão Europeia para 2011, conhecidas no final de Novembro, apontam para um recuo de um por cento do PIB nacional, enquanto as do FMI apostam numa contracção de 1,5 por cento. A consultora Ernst & Young aposta por seu lado num recuo de 0,7 por cento.

Os países com problemas da periferia da zona euro, que a revista agrupa pela sigla de PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) estão todos na lista dos dez com pior desempenho do PIB, mas enquanto a Grécia, Portugal e Irlanda (-0,9) deverão viver um ano de retrocesso do produto, a Itália e a Espanha deverão ter crescimentos de respectivamente cerca de meio ponto percentual e 0,7 por cento.

Na lista dos piores desempenhos da revista, apenas seis países deverão ter recessão, o que significa que as suas economias deverão viver em 2011 uma situação muito particular, num ambiente de crescimento generalizado por todo o mundo.

Na lista das dez economias que mais devem crescer continuam e China e a Índia, com taxas de 8,9 e 8,6 por cento, respectivamente, no sexto e sétimo lugares de um grupo onde não consta nenhum país desenvolvido.

O Brasil e Angola, países lusófonos cujas economias têm apresentado fortes crescimentos, não estão nesta lista, mas Timor-Leste aparece na nona posição, com uma previsão de crescimento de sete a oito por cento em 2011. No primeiro lugar, o Qatar, com uma previsão de quase 16 por cento, seguido do Gana e da Mongólia.

As previsões da 'The Economist' para 2011

Combustíveis: preços em Portugal subiram mais do que na Europa

Preços da gasolina e do gasóleo subiram, apesar das descidas dos preços nos mercados internacionais





in Agência Financeira (2011-01-06 08:30)

Os preços nas bombas de combustíveis em Portugal subiram mais do que no resto da Europa. Esta é, pelo menos, a convicção da Associação Nacional de Revendores de Combustível (ANAREC) que esta quinta-feira manifestou as suas «dúvidas» sobre a forma como os preços nas bombas acompanham as oscilações do mercado internacional.

«A Autoridade da Concorrência diz-nos que há livre concorrência e que os preços acompanham as oscilações do mercado internacional, mas temos dúvidas sobre porque é que na Europa os combustíveis desceram muito mais do que em Portugal e subiram menos do que em Portugal. É a dúvida que temos. A bota não bate com a perdigota na maior parte das vezes», disse à Lusa o vice-presidente da associação, António Amaral.

«Os custos que nos são apresentados em termos práticos não são os que constatamos», acrescentou o mesmo dirigente.

Uma análise feita pela Lusa concluiu que preços da gasolina sem chumbo 95 subiram, em média, todas as semanas desde Setembro, à excepção de quatro vezes. Isto apesar de se terem registado sete quedas de preço deste produto nos mercados internacionais.

Os dados Direcção Geral de Geologia e Energia (DGGE), que lista os preços deste combustível no continente, indicam que a 1 de Setembro cada litro de gasolina sem chumbo 95 custava em média 1,357 euros.

Desde então, a DGGE registou 14 subidas de preços à segunda-feira - o dia de referência - custando agora cada litro de gasolina 95 em média 1,48 euros (quase 13 cêntimos mais), desceu três vezes e uma vez manteve-se inalterada.

As petrolíferas referem que estes preços na bomba acompanham a média semanal de preços dos produtos refinados nos mercados internacionais.

No entanto, de acordo com a agência Bloomberg, que lista estes preços diariamente, a média semanal de preços da tonelada métrica de gasolina 95 nos mercados internacionais subiu 10 vezes e desceu sete. Ou seja, desceu menos vezes em Portugal do que nos mercados internacionais.

No gasóleo, os números indicam uma tendência semelhante: o preço médio na bomba em Portugal subiu 13 vezes desde início de Setembro, desceu quatro e manteve-se inalterado uma vez. Já nos mercados internacionais a tonelada cúbica de gasóleo subiu 11 vezes na média semanal e desceu seis.

António Amaral sugere por isso que se crie um novo regulador só para verificar os preços dos combustíveis, tarefa actualmente entregue à Autoridade da Concorrência.

«Sugerimos que se crie uma entidade reguladora dos preços para que estes factores que fazem subir e descer o preço sejam devidamente claros. Estas questões têm de ser claras aos olhos dos consumidores já que são os revendedores que sofrem na pele acusações dos clientes por questões em que nada temos a ver», disse o vice-presidente da ANAREC à Lusa.