terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Equipas mistas estão 'na gaveta'
in DN Online (12-01-2010)
Ministério Público avançou com suspeita de ligações dos dois bascos detidos em Portugal ao grupo separatista.
Dois anos depois da assinatura de um memorando de entendimento, Portugal e Espanha ainda não criaram qualquer tipo de equipa mista para a investigação do terrorismo, sobretudo para casos ligados às actividades da ETA. O documento previa a constituição de uma equipa liderada por magistrados, auxiliados por elementos das forças policiais. O ministério da Justiça remeteu os esclarecimentos para a Procuradoria-Geral da República. Esta entidade não respondeu à solicitação do DN.
A criação de equipas de investigação luso-espanholas para a investigação ao terrorismo voltou, novamente, à agenda depois de as autoridades espanholas terem admitido, ontem, que os dois suspostos etarras detidos em Portugal, Garikoitz García Arrieta e Iratxe Yáñez Ortiz de Barron, poderiam estar a procurar um local para o estabelecimento de uma base etarra em solo nacional. Interrogados pelo juiz Carlos Alexandre, ambos ficaram em prisão preventiva.
Um interrogatório que teve, como representante do Ministério Público, o procurador Vítor Magalhães (o mesmo que investiga o caso Freeport). De acordo com informações recolhidas pelo DN, o magistrado, além dos crimes de furto, posse de documentos falsos e desobediência, avançou com a acusação de ligação a organização terrorista aos dois detidos (crime previsto na Lei 53/2003, um diploma relacionado especificamente com o combate ao terrorismo.
Entretanto, o juiz da Audiência Nacional Fernando Grande Marlaska assinou, no domingo à noite, os mandados de detenção europeus (ver texto nesta página) contra os dois presumíveis etarras Garikoitz Garcia Arrieta e Iratxe Yañez Ortiz de Barron, detidos no sábado à noite em Portugal. O pedido de extradição vai correr no Tribunal da Relação de Lisboa e não no TCIC.
As forças de segurança espanholas continuam a investigar quais os objectivos da ETA relativamente a Portugal. Actualmente, há duas hipóteses: ou o grupo terrorista pretenderia montar uma pequena fábrica em território português ou então numa localidade fronteiriça do lado de Espanha, como por exemplo Bermillo de Sayago (Zamora) em que foram primeiro interceptados pela Guardia Civil.
Para as autoridades espanholas, o material encontrado dentro da furgoneta conduzida por Garikoitz Garcia é mais do que suficiente para a criação de uma base a partir da qual a ETA poderia sustentar vários atentados. Os 10 quilos de pentrita encontrados no veículo servem para fabricar 500 quilos de explosivos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário