terça-feira, 29 de dezembro de 2009

TEMPORAL: Clientes sem luz não vão ser indemnizados










EDP não se responsabiliza pelos danos causados aos 350 mil clientes que ficaram às escuras neste Natal por se tratar de situação excepcional.

in DN (por Amadeu Araújo e Filipa Ambrósio de Sousa) 29 DEZ 2009

Os 350 mil portugueses que passaram estes dias de Natal sem luz não vão receber qualquer indemnização pelos danos causados. Quem o assume é a própria empresa EDP, que ontem explicou que a lei não obriga a ressarcir os danos quando são causados por situações excepcionais. Neste caso, a situação excepcional foi "o forte temporal que assolou a região Oeste com ventos na ordem de 220 km/hora".

A empresa admite, porém, que poderá assumir os custos dos prejuízos dos clientes, ainda não calculados, associados a falhas ocorridas na reparação de avarias."Não há redes no mundo que possam suportar os ventos desta intensidade", explicou Ângelo Sarmento, administrador da EDP distribuição, acrescentando:. "Mas ainda não estão sequer estimados os custos dos danos causados aos clientes" da região oeste do País.

Ontem às 19h00, a empresa ainda estava a regularizar a situação de 280 clientes que não tinham energia nas suas casas.

Perante este cenário, nem as associações de consumidores conseguem proteger os interesses dos utentes. Segundo a jurista da Associação para a Defesa do Consumidor (DECO) a EDP "pode alegar motivo de força maior para recusar o pagamento de indemnizações. Carolina Gouveia lembrou, no entanto, "o dever de compensar por quem teve falhas na prestação de serviço" e sugeriu que "fosse feito através de acertos na facturação mensal".

Também a Associação dos Consumidores de Portugal (ACOP) concorda que "nos contratos com a EDP está prevista a interrupção do fornecimento por motivo fortuito ou de força maior, pelo que dificilmente os clientes serão ressarcidos".

Ainda assim as associações aconselham os clientes a "inventariar os prejuízos e reclamar junto da EDP". Mas para a Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil) houve incúria da parte da EDP., tendo em conta que a resposta "foi lenta e demorada". Critica da qual a Protecção Civil, em comunicado, fez ontem questão de se demarcar.

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